Renato Machado   |   01/12/2016 12:45

Iata sobre aviação no Brasil: crise pede maior flexibilidade

O potencial da aviação brasileira é enorme, porém as políticas públicas em torno do setor freiam seu avanço. Essa é a opinião dos executivos da Iata presentes no Aviation Day Brasil, em Brasília

Renato Machado
Representando a Iata, Jason Sinclair, gerente de comunicação, Peter Cerdá, VP para Américas, e Carlos Ebner, diretor geral Brasil
Representando a Iata, Jason Sinclair, gerente de comunicação, Peter Cerdá, VP para Américas, e Carlos Ebner, diretor geral Brasil
BRASÍLIA – O potencial da aviação brasileira é enorme, porém as políticas públicas em torno do setor freiam seu avanço. Essa é a opinião dos executivos da Iata presentes no Aviation Day Brasil, em Brasília, que creditaram às altas taxações, somadas evidentemente à crise econômica, a desistência de algumas companhias aéreas do mercado brasileiro.

“Durante um período de crise é quando devemos ser mais flexíveis”, crava o vice-presidente regional para as Américas da Iata, Peter Cerdá. “Porque o que nós queremos fazer e manter o tráfego, estimular o tráfego o máximo que pudermos. Agora, se você aumenta custos operacionais aqui, 4% ali, a companhia aérea vai pensar ‘onde posso usar meus recursos mais efetivamente?’ ”

Para ele, as companhias aéreas só irão retornar ao Brasil “se a estrutura correta estiver à disposição. Elas têm de ter a certeza de que estão no melhor framework regulamentário, a correta infraestrutura implementada, aí sim elas vão voltar”.

“Se mantiver o aumento de cobranças, se mantiver regulamentações que atrapalham seus crescimentos, então será mais um desafio para as aéreas retornarem ao mercado brasileiro”, concluiu.

O diretor geral da Iata no Brasil, Carlos Ebner, evidencia o caráter global na revisão de regulamentações. “Não é apenas no Brasil, o mundo está mudando neste sentido. É um movimento por uma aviação menos regulamentada, mais aberta ao mercado, feita da relação direta entre passageiros e linhas aéreas”, explica. “Essa é uma tendência mundial, notada em países como China, África do Sul, Índia. Eles estão mudando suas regras depois de uma revisão da regulamentação.”

Os empecilhos criados por normas rígidas seriam a explicação para a ausência de alguns importantes atores da aviação internacional, na opinião de Cerdá. “As ultra low costs, por exemplo. Elas não vão tocar no mercado brasileiro com a atual regulamentação da aviação brasileira”, afirma.

“Nós estamos falando de um País com 200 milhões de pessoas onde apenas 100 milhões viajam. O potencial claramente existe, com a classe média crescente que começou a fazer suas primeiras viagens recentemente”, diz o vice-presidente da Iata. “É isso o que queremos encorajar, queremos estimular os outros 100 milhões a viajar de avião.”

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