Rafael Faustino   |   09/08/2017 18:11

Otimista, Gol aposta em melhora de demanda e economia

Inflação e juros baixos, concessão de aeroportos e padronização de ICMS motivam a expectativa

Após voltar a exibir um resultado operacional positivo em segundos trimestres depois de sete anos (apesar de um prejuízo líquido na casa dos R$ 474,6 milhões motivado por perdas cambiais), a Gol mantém previsões otimistas para o restante do ano e próximos exercícios. Em especial por enxergar uma melhora na demanda de passageiros, fruto de um clima econômico mais favorável, e pela perspectiva de ter uma frota mais eficiente.

Arquivo PANROTAS

Em conferência e apresentação para investidores, analistas do mercado financeiro e jornalistas, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, comentou o cenário. "Se de um lado ainda temos um desemprego alto, por outro ele não está aumentando, e com a inflação caindo, achamos que isso influencia positivamente quem viaja a lazer. E, como esse cenário influencia a economia como um todo, aumenta também o nível de atividade das empresas, e consequentemente também a demanda por bilhetes corporativos", comentou Kakinoff.

Ele lembrou que, mesmo no cenário atual, a Gol ainda lidera o share de passageiros no Lazer e no Corporativo, e que uma melhora de fato já foi sentida na parte final do segundo trimestre.

A Gol ainda espera que os indicadores operacionais melhorem quando entrarem em operação os novos B737-800 MAX (serão cinco no ano que vem e 20 em 2020).

QAV E AEROPORTOS
O otimismo da aérea se estende ainda a medidas em termos de legislações e medidas que devem beneficiar a indústria da aviação como um todo. Uma delas é a padronização do ICMS incidente sobre o querosene de aviação (QAV) em 12%, em pauta no Congresso. Hoje, a cobrança varia conforme o Estado e chega a ser de de 25% em São Paulo. "Se for adotada a padronização na forma proposta, o impacto ao decorrer do ano seria acima de R$ 100 milhões", comentou o VP financeiro da Gol, também presente na conferência, Richard Lark.

Emerson Souza
Paulo Kakinoff, presidente da Gol
Paulo Kakinoff, presidente da Gol

Além disso, a nova rodada de concessão de aeroportos, com o repasse à iniciativa privada dos terminais em Fortaleza, Porto Alegre, Florianópolis e Salvador, foi comemorada pelo presidente da Gol. Mesmo a despeito de notícias recentes, como a relicitação de Viracopos por decisão da concessionária. "É visivel o saldo positivo do que já se fez até aqui. E, até onde sabemos, os critérios para as próximas rodadas tendem a oferecer um equilíbrio econômico maior", disse Kakinoff.

PREVISÕES
O guidance para este ano ainda apresenta previsões modestas em relação ao primeiro semestre. A capacidade em ASK deve sair de uma queda de 2,4% para estabilidade, ainda sob impacto da redução temporária de malha. Em total de assentos, a oferta deve cair entre 3% e 5% no final do ano, reduzindo o ritmo sobre a retração de 9,4% entre janeiro e junho.

A expectativa de melhora operacional, no entanto, pode ser vista na previsão da margem do Ebitda (lucro antes de juros, impostos e amortizações), passando de uma alta de 10% no primeiro semestre para até 14% no ano cheio. Lembrando que, mesmo com o prejuízo líquido, a Gol teve fluxo de caixa positivo em R$ 504 milhões no segundo trimestre. "Isso reflete nosso esforço de otimizar nossa frota e ganhar rentabilidade. À medida me que venha a recuperação esperada no mercado corporativo, acho que esse fluxo de caixa pode aumentar", comentou Richard Lark.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados

Avatar padrão PANROTAS Quadrado azul com silhueta de pessoa em branco ao centro, para uso como imagem de perfil temporária.

Conteúdos por

Rafael Faustino

Rafael Faustino tem 1223 conteúdos publicados no Portal PANROTAS. Confira!

Sobre o autor

Colaboração para o Portal PANROTAS