Renato Machado   |   08/08/2017 10:15

A economia colaborativa e os efeitos sobre a alimentação

Os dois grandes exemplos de plataformas tecnológicas disruptivas que afetam o setor do Turismo são Airbnb e Uber, nos setores de hospedagem e mobilidade, respectivamente. A economia compartilhada, no entanto, não se restringe a isso. No debate promovido pela CNC na últim

Marluce Balbino
Pedro de Lamare, presidente do Sind Rio
Pedro de Lamare, presidente do Sind Rio
Os dois grandes exemplos de plataformas tecnológicas disruptivas que afetam o setor do Turismo são Airbnb e Uber, nos setores de hospedagem e mobilidade, respectivamente. A economia compartilhada, no entanto, não se restringe a isso. No debate promovido pela CNC na última segunda-feira, representantes do setor de alimentação discutiram restaurantes e bares devem lidar com a "sombra" da tecnologia.

Um dos aspectos de maior influência no setor seria a redução de custos de mão de obra. A mediadora do debate, a conselheira da CNC, Maureen Flores, afirmou que “diante de tudo que vejo de tecnologia digital nesse setor, um dos empregos que deve reduzir é o do garçom. Cada vez mais criam-se mecanismos dentro dessa figura”, defendeu.

O presidente da Abrasel-RJ, Roberto Maciel, reconhece a necessidade de trabalhar em conjunto com as inovações. “O nosso setor emprega seis milhões de pessoas, ele vai ter que se adaptar, vai ter que saber absorver essas tecnologias”, disse. Presidente do Sind Rio, Pedro de Lamare exemplificou, reforçando que “o Ifood [serviço de delivery via aplicativo de smartphone] alavanca em até 40% nossa venda sem aumentar a nossa mão de obra”.

Para de Lamare, o setor de alimentação fora do lar é caracterizado por ser formado por empreendedores dispostos a evoluir. “Ele é muito atento a tudo que vem de novo, o setor está muito ligado”, garante. Em um exercício de projeção, Maureen Flores sugeriu que “experiência e entretenimento podem colaborar no aumento da rentabilidade dos empreendimentos”. “O Turismo é um setor que inova muito pouco, principalmente nessas questões digitais”, continuou.

Maciel prevê ainda uma redução nos gastos com aluguel de espaços em shoppings, que sofreriam com a proliferação do e-commerce, deixando lojas ociosas. “Os shoppings vão ter espaço vazio e eles vão atrás de restaurantes. O restaurante será um lugar de entretenimento”, concorda o dirigente.

“Em 2018 haverá as maiores mudanças no nosso setor, exatamente pela tecnologia. Quem sobreviverá é aquela pessoa criativa e com liderança. Na alimentação, o que está para acontecer é que os aplicativos, a tecnologia, vai se voltar diretamente para o nosso segmento”, afirmou.

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