Brunna Castro   |   13/06/2017 15:30

Hotelaria deve deixar de “estigmatizar” público LGBT

Como receber bem um hóspede LGBT? As necessidades desse público são, de fato, muito diferentes das de qualquer outro consumidor? Os empreendimentos hoteleiros estão preparados para receber de forma adequada os viajantes com esse perfil? Tais questões foram debatid

Como receber bem um hóspede LGBT? As necessidades desse público são, de fato, muito diferentes das de qualquer outro consumidor? Os empreendimentos hoteleiros estão preparados para receber de forma adequada os viajantes com esse perfil? Tais questões foram debatidas em um dos painéis realizados durante o Fórum de Turismo LGBT, que acontece hoje em São Paulo no Meliá Paulista.

O debate contou com a participação do gerente geral do Novotel Jaraguá, Ewerton Camarano, do diretor de Vendas para América Latina da Hard Rock Hotels, Leonel Reyes, e do gerente regional de Vendas da Meliá, Sandro Stanise, além da intermediação da professora e pesquisadora da USP, Mariana Aldrigui.
Emerson Souza
Mariana Aldrigui, Ewerton Camarano, Leonel Reyes e Sandro Stanise
Mariana Aldrigui, Ewerton Camarano, Leonel Reyes e Sandro Stanise
Para Mariana, é preciso “parar de tratar o LGBT como um único segmento” – ou seja, não mais ter um olhar que “carimba e estigmatiza” o indivíduo. Dessa forma, o segmento hoteleiro deve ter uma interpretação a partir de múltiplas segmentações – da mesma forma que acontece com o público geral.

“Para chegarmos ao cliente final, é preciso primeiro se transformar internamente”, destacou Camarano, representante da Accor. Segundo ele, a companhia assinou em fevereiro deste ano um compromisso no qual se tornou membro do Fórum de Empresas e Direitos LGBT. “A questão da diversidade é muito ampla, não se limita ao LGBT. Nós estamos realmente de braços abertos para todos, independente de qualquer característica”, afirmou ele.

A ideia de que os serviços devem ser – e são – os mesmos para todos os públicos também foi defendida por Reyes. “Não temos nada de especial para o cliente gay, todos os serviços são iguais. Nós apenas adaptamos as nossas qualidades de hotel para o padrão exigido”, disse o diretor de Vendas para América Latina da Hard Rock Hotels.

O que deve ser feito pela hotelaria, portanto, é um trabalho de "treinamento mais relacionado a questões sutis", segundo Camarano. Nesse sentido, o gerente da Meliá avalia que "questões como a da cama oferecida pelo hotel são assuntos do passado", mas ainda há divergências em detalhes como pronomes de tratamento e tamanho de itens como chinelo e roupão nos quartos.

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