Artur Luiz Andrade   |   21/11/2017 18:00

BHG vai continuar expansão como operadora e dona

Apesar de ter passado 21 de seus 37 hotéis para serem administrados pela Accor, a BHG garante que vai continuar investindo na operação de hotéis, seja com suas marcas próprias (The Capital e Soft Inn), seja com as franquias que representa – Golden Tulip, Roy


Divulgação/BHG
Alexandre Solleiro, CEO da BHG Hotels
Alexandre Solleiro, CEO da BHG Hotels
Apesar de ter passado 21 de seus 37 hotéis para serem administrados pela Accor, a BHG garante que vai continuar investindo na operação de hotéis, seja com suas marcas próprias (The Capital e Soft Inn), seja com as franquias que representa – Golden Tulip, Royal Tulip e Tulip Inn. O CEO da BHG, Alexandre Solleiro, diz que o acordo com a Accor também não impede que sua empresa, como investidora em patrimônios hoteleiros no País, venha a trabalhar com outras marcas e empresas.

Dos 16 hotéis que continuam no portfólio de administrados pela BHG, oito são próprios, como o Marina Palace, no Leblon, que está fechado e passará por uma profunda transformação.

Confira a seguir trechos da entrevista que ele concedeu ao Portal PANROTAS:

PORTAL PANROTAS - O acordo com a Accor Hotels, que passa a administrar 21 unidades que estavam com a BHG reforça e valoriza o patrimônio da BHG, mas por outro lado tira quantidade do seu portfólio. O que a BHG pretende daqui para frente? Ser proprietária apenas ou continuar operando?
ALEXANDRE SOLLEIRO – Quando decidimos por esse negócio com a Accor, estava bem claro que não pararíamos com nossa atuação como operadora de hotéis. Nos próximos 12 meses pelo menos cinco hotéis novos devem ser anunciados, fora o que já está certo, como o Soft Inn de Maceió, que será aberto em janeiro.

PP – O investimento de R$ 300 milhões nos hotéis que serão administrados pela Accor tem que parâmetro?
SOLLEIRO – É pela valorização do patrimônio da BHG, hoje estimado em R$ 1,2 bilhão em 25 hotéis, e pela criação, em parceria com a Accor, de produtos de ponta na hotelaria. É um momento em que o mercado hoteleiro no Brasil e no Rio está ainda em crise, e a hora de investir para que, quando essa crise passar, estarmos com os melhores hotéis do mercado. A BHG e a Accor irão tocar essas reformas em conjunto, temos um time de engenharia forte, para adequar as unidades às novas marcas e aos mais altos padrões.

PP – Como será o projeto do novo hotel Marina, um dos ícones da hotelaria carioca?
SOLLEIRO – Vamos fazer uma reforma profunda e estrutural no Marina. Estamos na fase de tirar tudo de dentro, para avaliarmos que mudanças físicas serão necessárias. Só então teremos o projeto decidido. Mas vai ser algo bem completo.

PP – O senhor falou na hotelaria em crise pelo País. Mas já dá para vermos sinais de recuperação?
SOLLEIRO – Alguns mercados como São Paulo e outras cidades já estão com ocupação maior em relação ao ano passado. Mas a tarifa ainda não se recuperou. No caso do Rio, por conta da superoferta, da crise do Estado e da própria crise brasileira, a situação ainda não viu melhoras nem na ocupação.

PP – Como ficam os cerca de três mil funcionários desses 21 hotéis da BHG que passaram para a Accor?
SOLLEIRO – Estamos muito contentes com o trabalho feito pela Accor com nossos funcionários, analisando todas as equipes. São profissionais extremamente competentes e toda a gente de operações vai ser mantida. Mesmo se houver uma troca pontual de gerentes por conta de adequações às marcas Accor, a rede deve aproveitar esses nomes em outras unidades. Vale destacar que todos os funcionários continuam sendo da BHG. Estão e continuarão em nossa folha de pagamento.

PP – Podemos esperar mais aquisições da BHG?
SOLLEIRO – Sem dúvida. Estamos sempre analisando oportunidades e elas só não se concretizaram recentemente devido à diferença entre a expectativa (de preço) de quem compra e a de quem vende. Mas isso vai se resolver no futuro.

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