Da Redação   |   24/08/2016 14:25

Mercosul continua sem presidente após segunda reunião

Por falta de consenso, o Mercosul deve continuar sem presidente durante os próximos seis meses – o período de duração da presidência pro-tempore venezuelana



Por falta de consenso, o Mercosul deve continuar sem presidente durante os próximos seis meses – o período de duração da presidência pro-tempore venezuelana, que vem sendo questionada por Brasil, Argentina e Paraguai. O Uruguai é o único dos quatro membros fundadores do bloco regional disposto a entregar o cargo rotativo (que ocupou durante um semestre, até o fim do mês passado) ao pais seguinte, obedecendo a ordem alfabética.

A segunda reunião em menos de uma semana, para tentar resolver a crise institucional, terminou ontem (23) sem um acordo. A delegação venezuelana, convidada a participar desse segundo encontro – que a exemplo do primeiro foi realizado na capital uruguaia, Montevidéu – não compareceu. Ao final, o vice-chanceler do Paraguai, Rigoberto Gauto, deu uma breve declaração, dizendo que foram discutidas várias propostas, que ainda serão examinadas pelos ministros das Relações Exteriores de todos os países.

Enquanto não houver consenso sobre quem preside o Mercosul, o bloco deve limitar suas atividades. O governo venezuelano assumiu a presidência do bloco à revelia dos governos brasileiro, argentino e paraguaio – apesar de a tradicional cúpula para a transmissão do cargo ter sido cancelada. Na semana passada, a ministra das Relações Exteriores venezuelana, Delcy Rodriguez, viajou à Índia e anunciou (em nome do bloco) que o Mercosul vai expandir o acordo de livre comércio assinado com aquele país em 2009.

EMBATE DE OPINIÕES
Para o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não há nada a ser discutido. Segundo ele, o país – último a aderir ao bloco regional – está sendo vítima de uma “tríplice aliança”, que ele comparou a outra (a chamada Operação Condor), forjada nos anos 70 por ditadores do Cone Sul para perseguir opositores aos regimes militares.

A Venezuela entrou para o bloco em 2012, quando o Paraguai (que se opunha à sua adesão) acabava de ser suspenso. O país tinha sido acusado de ter dado um “golpe parlamentar”, ao fazer um impeachment relâmpago para destituir o então presidente Fernando Lugo (de esquerda). Agora, a Venezuela que é acusada de ter se aproveitado de um "golpe" na sua entrada no Mercosul, segundo o ministro das Relações Exteriores brasileiro, José Serra.


*Fonte: Agência Brasil

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