Duas semanas após o ataque em Las Vegas, existem ainda dúvidas quanto ao tempo em que a polícia demorou para chegar ao hotel Mandalay Bay, onde o assassino Stephen Paddock estava hospedado. Um segurança teria sido baleado um pouco antes do tiroteio e, assim, possibilitado que o hotel acionasse a polícia antes.

No início da semana passada, as autoridades locais haviam informado que o segurança Jesus Campos estaria investigando um alarme acionado no quarto de Paddock, por volta das 21h59, quando foi baleado na perna. O ataque em massa, todavia, teria tido início às 22h05. Em contrapartida, a polícia teria chegado ao local cerca de dois minutos após o ataque ter sido encerrado, por volta das 22h17.

A versão foi duramente contestada pela MGM Resorts International, proprietária do empreendimento. A empresa, além de afirmar que o horário estava impreciso, ainda destacou que acionou a polícia cerca de um minuto após Campos relatar sua lesão, estando ainda no 32º andar.

Em uma coletiva na última sexta-feira (13), o xerife Joseph Lombardo, chefe do Departamento da Polícia Metropolitana de Las Vegas, comunicou a alteração na cronologia dos eventos, efetivamente concordando com a versão da MGM. Segundo ele, o horário anteriormente informado não era preciso.

Após a investigação, Lombardo afirma que Campos teria seguido para o andar de Paddock às 21h59, porém apenas às 22h05 teria sido baleado — sendo que o ataque ao festival de música teria começado poucos instantes depois. “Ele tentou transmitir essa informação através de seu rádio e também pelo celular”, afirmou o xerife, sem especificar o momento em que efetivamente a polícia foi informada sobre o ocorrido.

Por outro lado, a MGM afirmou em nota que a polícia local estava ciente. “Os tiros foram disparados no festival cerca de 40 segundos depois que Jesus Campos foi baleado e prontamente acionou a polícia pelo rádio.”

Entre outras alterações, o xerife ainda destacou que os investigadores agora acreditam que Paddock teria atirado intencionalmente nos tanques de combustíveis do aeroporto, próximo de onde o festival era realizado, embora os recipientes não tenham entrado em combustão. Além disso, o atirador teria dado entrada no hotel no dia 25 de setembro, e não no dia 28, como anteriormente teria sido divulgado.

Embora o ataque tenha sido reivindicado pelo Estado Islâmico, a polícia local descarta o vínculo e também não é capaz ainda de precisar as motivações do ataque. Especialistas alertam que as cronologias dos fatos ainda poderão ser alteradas, visto que as investigações seguem em andamento.

*Fonte: Washington Post

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