Artur Luiz Andrade   |   10/04/2013 12:19

Por que todos estão olhando para a Ásia?

O fato de os dois próximos eventos do WTTC acontecerem na Ásia (em setembro, o summit regional na Coreia do Sul, e em abril de 2014, o global na China) não é mera coincidência. Os olhos de empresários de todo o mundo querem o mercado asiático, especialmente o chinês

ABU DHABI - O fato de os dois próximos eventos do WTTC acontecerem na Ásia (em setembro, o summit regional na Coreia do Sul, e em abril de 2014, o global na China) não é mera coincidência. Os olhos de empresários de todo o mundo querem o mercado asiático, especialmente o chinês. Dois terços dos 70 milhões de empregos que o turismo irá gerar em dez anos virão da região; a China está construindo 100 aeroportos nos próximos quatro anos; os chineses já são os que mais gastam em viagens internacionais no mundo e em 2023 serão líderes em quantidade também, passando os americanos.

Porém, o caminho para a China não é fácil. Segundo dados divulgados no segundo dia do Global Summit do WTTC em Abu Dhabi, por Ken Chu, chairman do Mission Hills Group, 85% dessas viagens internacionais dos turistas chineses são dentro da Ásia, Apenas 6% são para a Europa e 1,2% para os Estados Unidos. Os motivo? A exigência de visto e a falta de segurança em circular por destinos ocidentais, devido à desinformação, línguas diferentes ou pela violência divulgada nos meios de comunicação.

“Os maiores medos dos chineses dizem respeito ao longo processo para se conseguir um visto e à segurança no destino, pois eles viajam muito com suas famílias”, diz Ken Chu, conhecido como Mr. Golf em seu país, onde entrou no Guinness, como o proprietário do maior spa e do maior campo de golfe do mundo.

Ainda segundo ele, há três tipos de viajantes chineses. A classe média emergente, que representa 300 milhões de consumidores, e que gosta de viajar em excursões; os ricos e milionários que consomem 33% das griffes de luxo americanas e 63% das europeias; e a geração Y, que representa 218 milhões de jovens curiosos. “Quer fazer marketing para os chineses? Faça merchandising nos filmes americanos. Depois que Tom Cruise esclaou o Burj Khalifa em Missão Impossível 4, o interesse por Duvai multiplicou”, contou.

DAVID SCOWSILL
Em seu discurso de encerramento do summit, David Scowsill destacou a importância da Ásia e desses colnsumidores, mas se mostrou preocupado com outros aspectos levantados no evento. “Precisamos, os setores privado e público, nos unir e focar em estratégias de longo prazo, infraestrutura e iniciativas que garantam que estejamos à frente da curva de crescimento. Já estamos a caminho do segundo bilhão de passageiros internacionais”, disse ele.

Derrubar barreiras de vistos, diminuir a taxação sobre empresas de turismo, pois o ganho virá com o aumento de turistas, investir em infraestrutura, entender o novo consumidor e suas novas formas de comprar e se comunicar, entender que a indústria do turismo é feita por pessoas, que têm de ser valorizadas, capacitadas e estimuladas, e reconhecer e adotar práticas sustentáveis que salvem o planeta foram algumas das conclusões do evento, que reuniu presidentes do turismo em todo o mundo, ministros e celebridades, como o ex-presidente americano Bill Clinton, a atriz e ativista Daryl Hannah, e o jornalista britânico David Frost, que fez a famosa entrevista de TV com Richard Nixon, que acabou sepultando os planos de recuperação do ex-presidente (a história rendeu o filme Frost/Nixon).

A infraestrutura de Abu Dhabi, os serviços da Etihad Airways e a hospitalidade dos “emirati” foram bastante elogiados por todos os que passaram pelo evento.


*Fonte: O Portal PANROTAS viaja a convite do WTTC, Tap, Etihad e com proteção GTA

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.