Rafael Faustino   |   17/10/2016 09:52

Joint venture, ou “casamento empresarial”: quando fazer?

Um recurso cada vez mais usado no mundo corporativo, as joint-ventures, uniões de empresas para fins específicos, são como facas de dois gumes. Por um lado, exige menos comprometimento do que uma fusão definitiva entre duas companhias; por outro precisa de regras muito b

Um recurso cada vez mais usado no mundo corporativo, as joint ventures, uniões de empresas para explorar mercados específicos, são como facas de dois gumes. Por um lado, exige menos comprometimento, no sentido de longevidade, do que uma fusão definitiva entre duas companhias; por outro, precisa de regras muito bem definidas para que a parceria não seja em vão ou esbarre em divergências no meio do caminho.

Nesse “casamento empresarial”, já se casa pensando no divórcio futuro. Ou melhor: entendo as diferenças entre cada lado e como cada um ficaria em caso de separação, já que joint ventures são, na maioria das vezes, experimentais.

Não há alianças, mas a hora de firmar a joint venture exige compromissos semelhantes aos de um casamento
Não há alianças, mas a hora de firmar a joint venture exige compromissos semelhantes aos de um casamento

Quem conhece muito sobre esse assunto é o mentor Endeavor, Oscar Bernardes. E ele deu algumas dicas para os interessados em joint ventures saberem o que levar em conta antes de tomar essa decisão. Confira abaixo, ou leia clicando aqui o artigo completo no site da Endeavor.

DINHEIRO NÃO É TUDO
Primeiro de tudo, é necessário entender o porquê de se formar a joint venture. Se é só para somar montantes e esperar entrar mais dinheiro, não vale a pena. Para Bernardes, o ideal é que os gestores busquem “a inovação tecnológica ou novos mercados”, complementando uma à outra. Por exemplo, se sua empresa fornece um produto ou serviço, mas tem carência de tecnologia para atender um novo nicho, um parceiro ideal seria uma empresa focada em tecnologia, que entraria com o know-how. E por aí vai.

GOVERNANÇA É FUNDAMENTAL
Pode haver diferenças entre um parceiro e outro, mas nesse casamento é indispensável que ambas tenham bons métodos de controles internos, e entrem num acordo de como fazer uma governança corporativa conjunta. O ideal, segundo o especialista, é “que você discuta primeiro a governança, antes de gastar tempo e dinheiro com avaliações e outros estudos”.

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Cláusulas visando um divórcio amigável já devem estar previstas no contrato
Cláusulas visando um divórcio amigável já devem estar previstas no contrato

EVITAR OS RISCOS
Além da governança, que inclui observar os valores e práticas da empresa parceira, há uma questão de cultura organizacional que vai dizer se aquele casamento pode dar certo. “A química entre as duas empresas, ou entre os gestores, é boa? Há diálogo aberto e fluido? Os valores das organizações são parecidos?”, questiona Bernardes.

Nesse ponto, ambos precisarão se lembrar novamente do primeiro conselho: somente procurar dinheiro não será bom para ninguém. Uma empresa deve procurar a outra por aquilo que podem acrescentar ao seu trabalho.

CUIDADOS NO DIVÓRCIO

Como foi dito, casamentos em joint venture começam sabendo que há uma chance de que terminem, e não necessariamente por problemas. Mas porque a parceria pode visar um objetivo específico e, em determinado momento, ele é cumprido. Mas é bom deixar alguns pontos claros desde o início, para não haver confusão na hora de desfazer a parceria.

Um deles diz respeito às informações comerciais. Quem estiver numa joint venture com você terá acesso a várias delas, e isso exige certa proteção. Uma cláusula dizendo que, após a separação, há um período de “carência” em que as empresas não podem mexer no mercado em que atuaram juntas, é indicada por Bernardes.

Também convém definir quais as formas possíveis de saída de nesse negócio. Quem adquire o outro? Ambos podem ser vendidos casa apareça um interessado? Ter um bom advogado ajudando a tratar desses temas também é fundamental.

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