Renato Machado   |   11/11/2016 16:24

Brasileiro diminui gastos não-essenciais no Exterior; confira

A Visa Performance Solutions, consultoria da instituição financeira global, realizou um estudo sobre o perfil de consumo dos brasileiros em compras internacionais. No levantamento, que colheu dados transacionais da rede de pagamentos da empresa entre 2013 e 2015, a Visa notou que, ape

Adam Gault/Getty Images
A Visa Performance Solutions, consultoria da instituição financeira global, realizou um estudo sobre o perfil de consumo dos brasileiros em compras internacionais. No levantamento, que colheu dados transacionais da rede de pagamentos da empresa entre 2013 e 2015, a Visa notou que, apesar de seguirem consumindo, os viajantes mudaram suas prioridades de compra.

Historicamente, vestuário era o item que o brasileiro mais comprava quando em visita a outros países. No estudo mais recente, entretanto, o segmento representou apenas 8% das compras, caindo para a terceira posição. Hospedagem (14%) e dinheiro em espécie/conversão (9%) são as líderes atualmente. Gastos como aluguel de carros (7%) e entretenimento (5%) completam o top cinco.

“O comportamento do consumidor mudou. Ele não deixou de gastar, o que mudou foi o seu perfil de compra”, analisa o diretor da Visa Performance Solutions no Brasil, Rodrigo Santoro. “Além dessa migração de ramos, com a queda de itens mais supérfluos, como vestuário, a gente também analisou a migração de destinos”, conta o executivo.

DESTINOS
O estudo da consultoria mostra que os gastos brasileiros no Exterior seguem concentrados nos Estados Unidos e Canadá (46%), apesar de uma alta queda de volume em transações. Destinos na América Latina e Europa, por sua vez, cresceram.

Santoro destaca o fluxo para Chile, México e Colômbia na primeira região, e França e Itália, na segunda. “Essas mudanças estão totalmente correlacionadas, a queda no ramo de roupas tem a ver com essa migração de destinos”, afirma. “Vestuário é o segmento número um nos Estados Unidos. Essa queda do destino faz com que os gastos essenciais de viagem sejam mais predominantes.”

A prova desse crescimento de destinos latino americanos é que Santiago, capital do Chile, desponta como quinta cidade com maior fluxo de gastos de brasileiros ao redor do mundo, deixando para trás Fort Lauderdale, na Flórida. Os quatro primeiros destinos, todos nos Estados Unidos, acumulam sozinhos incríveis 20% dos gastos totais.

Orlando, Miami, Nova York e Las Vegas são as cidades líderes, as quais Rodrigo Santoro afirma que “estão bem estáveis” e que mudanças de posição no ranking não são esperadas em pesquisas futuras.

Como era de se esperar, o levantamento confirmou que a variação cambial é um dos fatores determinantes para o aumento ou queda no volume de transações. "Quando o dólar se aproxima dos US$ 3 ou US$ 3,02, tem um ponto de inflexão na curva e o gasto do brasileiro no exterior sobe", afirma Santoro. "Chegando nessas taxas, nossa expectativa é que o volume de gasto aumente. Quando o dólar cresce acima dos US$ 3,02 o volume de consumo cai", conclui.

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