A expectativa mediana de inflação dos consumidores brasileiros, segundo o último levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), manteve-se estável pelo terceiro mês consecutivo em 2017. Neste mês de abril, o indicador se manteve em 7,5% - que, no comparativo com o mesmo período do ano passado, recuou 3,2 pontos percentuais, quando a expectativa era de 10,7%.

Segundo o economista da entidade Pedro Costa Ferreira, o resultado demonstra que uma parte importante das quedas das expectativas nos meses anteriores foi reflexo da surpresa com relação à inflação realizada e da repercussão dessa notícia na mídia. Para os próximos meses a expectativa já não será mais de estabilização, mas de queda.

"Assumindo que a inflação realizada continuará sua trajetória de queda, espera-se que ao longo dos próximos meses a expectativa de inflação dos consumidores volte a cair, mantendo-se um pouco acima da inflação medida pelo IPCA acumulado em 12 meses”, argumenta Ferreira.

ÍNDICES E RESULTADOS
De acordo com último indicador, 48,6% dos consumidores consultados previram uma inflação nos 12 meses seguintes inferior a 6,5%, o limite superior de tolerância da meta de inflação do Banco Central. Outro dado importante, segundo a entidade,foi o crescimento na proporção de consumidores indicando uma inflação abaixo da meta - que entre os meses de março e abril passou de 11,2% para 16,3%.

Entre as diferente faixas de renda, famílias com ganhos totais de até R$ 2 mil foram as únicas que não se mantiveram estáveis. A inflação prevista subiu 1,4 ponto em relação ao mês anterior, passando para 9,8%.