Henrique Santiago   |   15/12/2016 16:39

Pilotos de avião estão 'depressivos' e 'suicidas', diz estudo

Pilotos de aviões comerciais podem estar depressivos ou com pensamentos suicidas, segundo pesquisa publicada hoje no jornal Environmental Health.

Flickr/Mikhail Serbin
Pilotos de aviões comerciais podem estar depressivos ou com pensamentos suicidas, segundo pesquisa publicada hoje no jornal Environmental Health. Ou ao menos uma parte deles.

O acidente da Germanwings, em 24 de março de 2015, foi o ponto de partida para a realização do estudo. Cerca de 3,5 mil pilotos responderam anonimamente a perguntas sobre saúde física e mental, dos quais 1.837 (52,7%) completaram a pesquisa. Setenta e um profissionais do Brasil participaram da ação, correspondendo a 2% do total. As nacionalidades que mais contribuíram foram Estados Unidos (1.586), Canadá (438) e Austrália (387).

O resultado mostra que problemas pessoais, aliados ao excesso de trabalho, podem trazer consequências negativas à saúde de comandantes. Um total de 233 pilotos (12,6%) se encontra no limite da depressão, enquanto 75 (4,1%) reportaram pensamentos suicidas. Entre os indicadores, o uso de medicamentos para dormir, assédio sexual e verbal estão entre os principais fatores.

As perguntas aplicadas aos pilotos englobam assuntos específicos sobre problemas do dia a dia. Novecentos pilotos (49,8%) se sentem cansados ou com pouca energia por muitos dias. Temas mais sensíveis mostram que 343 profissionais (19,1%) se apresentam depressivos ou desesperançosos, enquanto 75 (4,2%), de
certa forma, acham que seria melhor se estivessem mortos ou se machucassem de alguma forma.

De acordo com a publicação, os pilotos enfrentam esses problemas sem a possibilidade de tratá-los por causa do medo do impacto negativo que pode trazer à carreira. É recomendado, ainda, que as companhias aéreas aumentem os tratamentos de apoio à saúde mental.

RELEMBRE A GERMANWINGS
Divulgação
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O voo 4U 9525 da Germanwings, low cost subsidiária do Grupo Lufthansa, colidiu nos Alpes Franceses matando todas as 150 pessoas a bordo. As investigações do caso apontaram que o copiloto Andreas Lubitz deliberadamente bateu o avião nas montanhas. Logo depois, foram encontradas evidências de que ele sofria de depressão clínica.

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