BRASILIA - Proposta feita hoje durante almoço de homenagem a Roberto Macedo pela sua posse na presidência da Varig, tem o objetivo de mudar o curso da fusão da companhia aérea com a Tam, caso ganhe a repercussão esperada pelos empresários.

Apresentada por Raimundo Fontenele, presidente do Sindetur-DF, a idéia é que os agentes de viagens de todo o país, por intermédio de seus sindicatos estaduais, se transformem em avalistas do aporte de recursos que o BNDES deverá fazer para salvar a Varig. O pagamento da dívida seria feito de uma maneira simples: destinando para quitar o empréstimo 1% do valor bruto de todas as faturas que os agentes tivessem para receber da empresa aérea. Nos cálculos de Fontenele, com a anuência geral, isso dá cerca de US$ 30 milhões por ano, ou sejam US$ 150 milhões em cinco anos.

Em contrapartida, os sindicatos ganhariam uma cadeira na direção da Varig para ser ocupada pela Federação Nacional das Agências de Viagens. Segundo Fontenele, é uma proposta viável, com aval de pessoa jurídica e representatividade da classe, destinada a barrar uma fusão que, no seu entender, corresponde a retrocesso de, pelo menos, três décadas no setor de transporte aéreo nacional.

Roberto Macedo limitou-se a ouvir e disse que vai estudar melhor o assunto. Mas no discurso de agradecimento pela homenagem, a primeira que recebeu depois de sua posse, frisou que foi chamado para participar de um processo já em curso e que, portanto, já não lhe cabia mais interferir para mudar seu rumo.