BRASÍLIA — O senador Paulo Octávio (PFL-DF) reagiu hoje à decisão do DAC e da Infraero de reajustar em 70% a taxa de embarque dos 66 aeroportos nacionais administrados pela estatal, sobretudo depois de conhecer a justificativa do governo para o segundo aumento nas tarifas em menos de um ano. Em março passado, a taxa de embarque já fora majorada em 26%.

Segundo a Infraero, o reajuste foi feito porque a empresa, sem recursos, está atrasando as obras de modernização dos aeroportos, depois que o governo deixou de liberar R$ 350 milhões do orçamento previsto para este ano. “Num momento em que os esforços todos são para que o turismo interno cresça, o setor de aviação, vital para o turismo, atua na contramão”, reclamou ele.

Para o senador, responsável pela retomada da tramitação do projeto de criação da Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, aprovado na semana passada no Congresso, atitudes como essas demonstram a urgência da instalação do novo órgão regulador. “É inaceitável que o usuário seja punido por conta da negligência do executivo”, condena Paulo Octávio o fato de que o governo decida cobrar do consumidor investimentos previstos no seu próprio orçamento.

Para o senador, o reajuste das taxas também vai prejudicar as agências de viagens, pois as tarifas são embutidas no custo dos bilhetes e depois repassadas à Infraero. “O ônus da cobrança, no final, é do mercado”, se indigna ele.