Roberta Queiroz   |   03/02/2016 17:16

Comprar pacotes de viagens em aplicativos virou moda?

Descubra o que realmente funciona, e vende, nesse universo

Não há dúvidas. O celular entrou de vez para a vida do homem moderno. Aliás, nos últimos anos, as aplicações do aparelho economizaram idas ao banco, ao restaurante e a muitas lojas de roupas e sapatos. Será que os adorados apps também diminuíram visitas às agências de viagens e até ao desktop? Reunimos informações de um desenvolvedor de aplicativos para agências e dados de três OTAs para descobrir se comprar pacotes pelo celular é a nova moda.

Há três anos, a consolidadora CNT, presidida por André Khouri, criou a CNT Apps. A empresa desenvolve aplicativos para diversos segmentos, inclusive para agências. “Entregamos de 70 a 100 aplicativos por mês. Só em 2015 criamos 820”, revela.

De acordo com Khouri, as agências que contratam seus serviços querem que o app ofereça aéreo e hotel separados. “O cliente não quer comprar o pacote no app, mas sim produtos fragmentados. O pacote mostra um produto fechado, ou seja, sem opção de escolha no mobile. Quando o app oferece apenas uma alternativa a tecnologia fica muito pequena e não funciona”, explica. A CNT Apps já ofereceu viagens em combo, mas a venda representava apenas 0,4% do todo. “Não fazia sentido”, ressalta.

O aplicativo é capaz de transformar o celular em mais um instrumento de fidelização, marketing e ampliação das vendas. São esses três resultados que convencem o empresário, de qualquer setor, a apostar. A demanda do mercado de viagens influenciou a CNT a estudar novas funcionalidades da ferramenta. “Queremos trazer novos produtos para oferecer uma experiência cada vez mais completa ao cliente, com direito a ingressos, locação de carros e marítimo”, avalia.

OS NÚMEROS DAS OTAs
Pelo visto, os aplicativos de viagens não se resumem apenas a pesquisas e organização. A compra via mobile já movimenta uma parcela considerável da receitas das OTAs, entre elas Booking, Decolar.com e Expedia. No infográfico abaixo, destacamos os dados mais expressivos de cada empresa nesse universo. Uma conclusão é evidente: grande parte das reservas feitas pelos apps é para viagens de última hora. Confira:



Os números que a Booking.com acumula nos dispositivos móveis, por meio dos apps Booking.com e Booking Now, já superaram os alcançados no desktop. O primeiro deles foi criado para reservas espontâneas com menos de 48 horas de antecedência de uma viagem. Já o segundo apresenta acomodações adaptadas ao que os usuários buscam.

O app da Decolar.com já ultrapassou a marca de 18,5 milhões de downloads na América Latina. Com o número elevado, a OTA traçou quatro características do cliente que compra viagens pela ferramenta:

1- 58% dos usuários são homens e 42% mulheres.
2- 75% realizam a compra em casa
3 - 49% estão entre 25 e 40 anos e 34% entre 40 e 60 anos
4- 54% viajam de duas a cinco vezes por ano e 22% viajam mais de cinco

Os produtos mais buscados por esses clientes são voos domésticos, hotéis e aluguéis de carro. A Decolar.com não informou a lista de regiões brasileiras que mais utilizam o serviço, mas no ranking dos países latino-americanos, o Brasil ocupa a primeira posição, com 35% dos downloads, e é seguido por Argentina (32%), México (13%), Colômbia (9%), Chile (3%), Equador (2%) e Peru (2%) e outros países (4%).

Desde janeiro deste ano, o app da Decolar.com oferece a opção de pacotes dinâmicos. Lá, o usuário pode escolher a melhor opção de voo + hotel e montar um pacote personalizado. O serviço foi bem recebido pelo público e é também por meio dele que a empresa pretende alcançar, até 2020, o padrão de consumo dos Estados Unidos, com 50% das compras realizadas via smartphone.

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