Artur Luiz Andrade   |   21/11/2016 17:50

Daniel Santos explica investimento em agência

O fim das agências de viagens foi decretado há duas décadas e não se confirmou. Pelo contrário, nos Estados Unidos ou aqui no Brasil quem se reinventou está vendendo mais que na era em que focavam em bilhetes aéreos. No corporativo e no Lazer as ag&ec


Artur Luiz Andrade
Daniel Santos e Ricardo Ribeiro
Daniel Santos e Ricardo Ribeiro
O fim das agências de viagens foi decretado há duas décadas e não se confirmou. Pelo contrário, nos Estados Unidos ou aqui no Brasil quem se reinventou está vendendo mais que na era em que focavam em bilhetes aéreos. No corporativo e no Lazer as agências de viagens enfrentam a dura competição de players on-line, que também são agências, vale destacar, mas as "empresas tradicionais" ganham em serviço e satisfação dos clientes em muitos casos.

Daniel Santos, conhecido do trade por sua passagem pela Trend Operadora e atualmente um dos diretores da rede hoteleira Nacional Inn, de sua família, surpreendeu o mercado ao anunciar, na semana passada, a aquisição, junto com dois sócios, do grupo Salvatur, da Bahia, que tem uma TMC, uma operadora (Bahia Travel) e uma consolidadora. Ao sair da Trend, Santos havia dito que queria investir em seu próprio negócio e esperava-se que fosse na área hoteleira.

“Queremos fazer o negócio crescer e depois atrair investidores. Esse é o objetivo. Há um mercado enorme para o Turismo, corporativo e de Lazer, mas para atrair investidores é preciso que as empresas estejam prontas. É isso o que faremos e está no nosso radar comprar outras agências ou negociar fusões também na área de operações e consolidação”, explicou Daniel Santos ao Portal PANROTAS.

Confira abaixo o que vem por aí e por que ele está investindo no agenciamento de viagens.

PORTAL PANROTAS — Por que investir em uma agência, se você vem da hotelaria e fala-se muito que a venda on-line está desafiando os agentes de viagens?
DANIEL SANTOS — Eu já sou sócio de duas agências de viagens em São Paulo, a Viagem Mais, na capital paulista, e a Your Travel, em Boituva, região de Sorocaba. Ambas com foco no corporativo. E como tive muito contato com investidores interessados no Turismo, reparei que não há empresas prontas para serem compradas. Por acaso, tive contato com os antigos donos da Salvatur, conversamos, fizemos due dilligence e fechamos negócios. Assumimos, eu e os meus sócios, Atonio Carlos e Ricardo Ribeiro, em 8 de novembro, com esse objetivo: fazer o negócio crescer e atrair investidores. Ainda atuo na hotelaria, na rede Nacional Inn, e tenho outros projetos que podem contemplar o setor de hospedagem.

PP — O grupo Salvatur já tem vendas mensais em que patamar?
SANTOS —De R$ 8 milhões a R$ 10 milhões por mês. Temos um bom tíquete e queremos aumentar nossa rentabilidade, mais que o faturamento. A Salvatur é a terceira maior agência de viagens corporativa do Nordeste.

PP — Como fica a estrutura da empresa após a venda?
SANTOS — Os sócios-investidores colocam a mão na massa. O Antonio Carlos cuidará da parte fiscal e tributária, o Ricardo de novos negócios. Trabalhamos juntos nas lojas Marisa, onde comecei como contínuo. Gerenciei a área de viagens lá, fui para a Trend e agora nos reencontramos, depois que eles saíram da rede de lojas. O grupo Salvatur tem cerca de 65 funcionários e vamos abrir uma sede em São Paulo, na torre de escritórios do Ca’d’oro. O Joel Neto cuidará do operacional e o Marcelo Carmo, hoje baseado no Rio,das Vendas com clientes de todo o Brasil. Eu me dividirei entre a Salvatur e o Nacional Inn e vale ressaltar que a rede hoteleira nada tem a ver com o negócio nem privilegiará a agência. São negócios distintos. Outras mudanças virão, mas a empresa está bem estruturada, tem BI próprio e está no tamanho ideal para implantarmos nossos planos.

PP — Os investimentos em agências para por aqui?
SANTOS — Não. Estamos atentos a possibilidades e oportunidades para comprar outras agências. Algumas agências já entraram em contato com a gente para aproveitarem de nossa força comercial. Apesar de minhas duas agências não fazerem parte da Salvatur, vamos trabalhar em grupo, na gestão comercial, de compras e troca de sinergias.

PP — Como fica seu trabalho na Nacional Inn?
SANTOS — Nada muda. Toco o Marketing e a área de Vendas dos 52 hotéis próprios. A ideia é implantar a estrutura na Salvatur e fazê-la andar sozinha. Estamos bastante confiantes, pois a tendência é que o Turismo do Brasil cresça sempre. Vemos vários oportunidades no corporativo e também no lazer, mas ainda não posso dar detalhes. Vamos aproveitar o know-how do Ricardo e do Antonio com o varejo e minha entrada na indústria de Viagens e Turismo. Tem muita gente descrente no setor, mas não a gente. Quem quiser encerrar seu negócio de agenciamento, seja qual for o motivo, pode nos procurar e conversaremos. Queremos inovar e ser diferentes.

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