Impressionante o que aconteceu neste início de temporada do golfe 2018. Bastou Tiger Woods retornar e tudo começou a melhorar no golfe profissional e, por consequência, nos negócios advindos do esporte. O golfista vive altos e baixos na carreira desde 2009, além de ter sofrido muitas contusões, o que o fez diminuir o número de participação em torneios.

Mesmo estando em um período conturbado, Woods conseguiu duas vitórias em 2010, uma em 2011, três em 2012 e seis em 2013, sua última desde então. Em 2014 jogou sete torneios, outras dez vezes em 2015 e em 2016 parou de jogar devido a operações e recuperações físicas. No início de 2017 tentou voltar em janeiro e ficou parado até dezembro quando anunciou o retorno ao golfe, ficando no 9º lugar no Hero World Challenge.

O esportista foi responsável por uma das maiores expansões que o golfe já teve a partir de 1997, quando começou a vencer torneios sem parar, acabando com seus adversários. O esporte passou a ter uma procura enorme pelo mundo, com o aumento de vendas em todos os itens que o compõem.

No entanto, devido a problemas pessoais de Woods, milhares de pessoas deixaram de segui-lo, patrocinadores cancelaram contratos e, na sequência, começaram as contusões e baixos rendimentos técnicos. Com isso o golfe começou a perder significativos índices de audiência televisiva em todo o mundo.

Neste ano, o golfista obteve o 23º lugar no Farmers Insurance, em San Diego. Porém três semanas depois no Genessis Open, Pacific Palisades, Califórnia, ele jogou mal, não se classificou para o fim de semana e o descrédito retornou.

O tour se deslocou para a Florida no final de fevereiro, com o início do Honda Classic, em Palm Beach, onde Woods ficou em 12º lugar. Aumentaram as vendas de ingressos para o Valspar Open em Innisbrook, Tampa. Tiger jogou muito bem, chegou a liderar a competição e conquistou o 2º lugar, a uma tacada do vencedor.

Para o torneio da semana seguinte, o Arnold Palmer Invitational, todos os ingressos foram vendidos. No último dia de competição, Woods assumiu a liderança do torneio faltando três buracos para o fim, mas uma bola fora de campo o deixou em 5º lugar.

A presença do recordista alavancou o aumento das vendas de todo o merchandising no campo de golfe, do consumo de bebidas e comidas e lotou a sala de imprensa com jornalistas de todo o mundo. O campeonato teve também a maior audiência na televisão dos torneios de golfe dos últimos seis anos (sem contar os principais Masters, US Open, British Open e PGA Championship).

Lojas de golfe em Orlando tiveram um crescimento de 20% nas vendas após o torneio. Tiger Woods impulsiona o golfe novamente. Seu efeito volta a ter influência, assim como no final dos anos 90 e durante os anos 2000.

Além disso, o golfista mudou. Ele continua sério e concentrado, mas agora interage com o público durante o jogo, dá sorrisos e acenos. E pelo que se viu até agora, ele pode vencer em breve. Sucesso para o golfe, que visualiza mais uma nova era, e sorte do esporte em ter um competidor como ele.



Dedê Gomez - Jornalista, empresário, esportista, organizador de eventos esportivos. Atuou como apresentador, comentarista, entrevistador e produtor de programas de televisão e revistas, por mais de 30 anos, notadamente em automobilismo, golfe e Jogos Olímpicos. Escreveu nos principais jornais e revistas do Brasil sobre esportes, tendo praticado mais de dez modalidades e obtidos expressivos títulos nacionais e internacionais.