Beatrice Teizen   |   02/03/2023 15:41
Atualizada em 02/03/2023 15:50

Confira 10 tendências para eventos corporativos em 2023 e além

Matéria com insights faz parte do Anuário PANROTAS de Viagens e Eventos Corporativos

Getty Images
Matéria com insights faz parte do Anuário PANROTAS de Viagens e Eventos Corporativos
Matéria com insights faz parte do Anuário PANROTAS de Viagens e Eventos Corporativos
Entra ano sai ano, e os eventos corporativos continuam avançando no que diz respeito à tecnologia, inovações, conteúdo, interações e disrupções. Com a pandemia de covid-19, o setor passou por uma verdadeira revolução, precisando se adaptar à nova realidade e tendo de criar novas formas de existir. O que antes era praxe, hoje pode ser que não seja mais. O participante mudou seu modo de estar presente fisicamente e os eventos precisam acompanhar.

Quais são, então, as tendências para 2023 – quando, depois de mais de dois anos, quase não se fala mais em crise sanitária e as pessoas voltaram a se encontrar – e além? Reunimos especialistas do mercado para levantar 10 insights do que está rolando na indústria e do que vai acontecer daqui para frente. Confira a seguir.

1. EVENTOS HÍBRIDOS

Este foi um fato unânime entre os entrevistados. Os eventos híbridos, que, sim, já existiam antes da pandemia, se tornaram ainda mais recorrentes, quase que imprescindíveis. “É uma maneira de potencializar as realidades dos eventos, e o mix amplia a audiência. São um ótimo canal de comunicação para abranger uma audiência muito maior”, diz o sócio-diretor da Inteegra, Rogério Miranda.

Divulgação
Rogério Miranda, da Inteegra
Rogério Miranda, da Inteegra
“Os eventos híbridos continuam crescendo e aqueles apenas virtuais acontecem cada vez menos. O virtual only tende a sumir, mas a parte digital do híbrido continua, principalmente porque as pessoas cansaram do online e querem alguma interação presencial”, comenta o diretor executivo de Mice da BeFly, Eduardo Murad.

“Os eventos híbridos já são grande realidade desde 2020, mas, com o advento de mais tecnologia, há mais recursos de cenografia, de transmissão, de plataforma, na forma de envolver o usuário... As trilhas de conversas são muito mais interessantes, assim como as marcas acabam envolvendo o seu público além do presencial”, dá como exemplo a presidente da Ampro, Heloísa Santana.

2. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Este é um recurso para o qual olhamos cada vez mais, observando como utilizamos os dados para tornar a experiência do participante a melhor possível. Por isso, é importante entender como integrar a inteligência artificial, suas informações e o que ela pode proporcionar no entendimento das necessidades e expectativas do participante. O objetivo do evento é fazer conexões, trouxemos a IA sob o aspecto da humanização. Saber aproveitar melhor o recurso que ela gera nas relações humanas dentro do evento”, pontua o gerente de Novos Negócios e Relacionamento de Eventos, Incentivo e Live Marketing da Copastur, Rafael Leonildo.

3. PERSONALIZAÇÃO

Eventos personalizados de acordo com o público. Essa é uma máxima quando se fala no futuro (e presente) dos eventos. “Estamos muito mais interessados na qualidade versus quantidade. Mais preocupados em gerar conteúdo de qualidade cada vez mais personalizado e engajado, sabendo como atingir a persona que queremos atingir”, conta Eduardo Murad.

PANROTAS / Emerson Souza
Eduardo Murad, da BeFly
Eduardo Murad, da BeFly

4. DADOS E MAIS DADOS

Há muito se fala que dados são o petróleo dos eventos. Por meio deles, é possível gerar uma infinidade de relatórios, preparar os próximos encontros, atingir o público-alvo, realizar pesquisas e mais. “Eventos são a melhor fonte de dados para as empresas. Uma pesquisa da Accenture diz que 83% dos participantes estão dispostos a compartilhar dados em eventos para ter uma experiência mais personalizada na jornada. E isso mostra que os eventos são cada vez mais uma ferramenta importante de campanha de marketing”, ressalta o executivo da BeFly.

“Quando temos interatividade nos eventos, temos uma coleta de dados. E que meios utilizamos? Desde ferramentas automatizadas de coleta de dados e confirmações, como RSVP, que posso complementar gerando experiências, até mesmo os aplicativos utilizados no encontro”, acrescenta Rogério Miranda.

5. TRILHA DE ENVOLVIMENTO

“A trilha de envolvimento de um evento vem forte. Ter uma jornada, as marcas envolvendo seu público nesta jornada, é uma tendência. No pré, preparando o participante para estar lá, usando diferentes mídias e recursos, até desembocar ali no evento. É conversar com o público antes, soltar estímulos, desafios, em diferentes ambientes, desde redes sociais a veículos digitais, até aterrissar na ativação. Isso é uma baita inovação”, diz Heloísa Santana.


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6. ESG

Como não falar de ESG em eventos? Tanto na parte ambiental, quanto social e de governança, a agenda está cada vez mais latente nesta indústria.

“Falando de sustentabilidade, principalmente, temos de operar os eventos analisando quais os recursos a serem utilizados, eleger aqueles que geram o menor número de resíduos possível, otimizar a logística para gerar menos CO2 e como fazer a compensação do que foi gerado. Nisto precisamos incluir também a questão da responsabilidade social. Colocar áudio descrição, impactar as comunidades de forma positiva, contratar staff daquela região específica, trabalhar a diversidade e inclusão”, pontua o sócio-diretor da Inteegra.

“Uma empresa que é dona ou promotora de um evento, tem dentro dos objetivos estabelecer o ESG, e estamos vendo que isso já não se limita mais às fronteiras das organizações, se estendendo para os stakeholders. Por isso, é importante estabelecer vínculos com parceiros que tenham a mesma visão sobre os pilares do ESG. O olhar dos eventos está mais inclusivo e diverso. Antes, traçávamos uma persona só para o evento, hoje, com a pauta de ESG, expandimos”, explica o gerente da Copastur.

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Rafael Leonildo, da Copastur
Rafael Leonildo, da Copastur
“Eventos mais eco friendly, com maior consciência ambiental, baixa emissão de carbono ou a compensação, reutilização de materiais, evitar papel, cenografia sustentável. Na parte social, trazer inclusão e diversidade de verdade. Contratação de produtores locais, catering de refugiados, fazer ações sociais de doação, contar com um casting diverso, trazer recepcionistas cadeirantes, trans, plus size... Na letra G, ter mais transparência nas relações, respeito, pensando na sustentabilidade da cadeia. Há muito a se fazer”, completa Eduardo Murad.

7. APPS ESPECIALIZADOS EM EVENTOS

“Vemos um uso cada vez maior de aplicativos especializados em eventos para aumentar o engajamento e a interatividade. Eles, consequentemente, geram dados para criar análises e medir a jornada do consumidor. Houve uma evolução grande nos apps, a experiência está bem melhor. Eles estão mais leves e user friendly, com rede social dentro do próprio aplicativo, networking com os participantes, agenda do evento, enfim, ferramentas que atraem o público a utilizar enquanto estão no encontro”, aponta o executivo da BeFly.

Para a jornada do participante, os aplicativos são bastante interessantes também. “Por meio de apps, é possível trazer toda a experiência dele. Desde o pré, quando ele sai de casa, o aéreo, o check-in no hotel, transfer até o evento. É entregar mobilidade e integrar todos os aspectos. Isso também traz segurança para quem participa, já que os serviços oferecidos estarão dentro de uma cadeia segura, onde ele estará sempre acompanhado”, reforça Rafael Leonildo.

8. REALIDADE VIRTUAL E AUMENTADA

“A questão da realidade virtual e da realidade aumentada já está em alta e vem forte. Antes mesmo de um lançamento, de um produto estar no mercado, por exemplo, por meio dessas tecnologias é possível demonstrar esses produtos em um evento. Ou pensando em eventos médicos, com RV e RA há como mostrar técnicas que são adotadas em cirurgias. Tudo o que for holografia tem como colocar no presencial”, exemplifica Rogério Miranda.

9. EVENTO COMO NEGÓCIO

“Estamos compilando uma pesquisa que fizemos no começo deste ano, na qual já pudemos identificar um foco muito grande nos eventos, com 100% dos respondentes afirmando que os negócios estão concentrados em eventos”, conta a presidente da Ampro.
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Heloísa Santana, da Ampro
Heloísa Santana, da Ampro

“E dentro disso pode-se falar na gestão financeira. Desde uma venda de um evento por adesão ou a gestão financeira relacionada a quanto está sendo investido dentro daquele encontro, quanto está sendo investido por fornecedor, qual o investimento por participante... Tudo isso pode ser cruzado com uma análise do ROI (retorno sobre o investimento), o que nos ajuda a entender quanto foi gerado de negócios”, explica o sócio-diretor da Inteegra.

10. PESQUISAS E FEEDBACK

“Cada vez mais as empresas estão adotando a pesquisa para entender a satisfação do participante. Às vezes, o evento pode ser formatado no pré por meio de uma pesquisa com grupo focal, ou um encontro de brainstorming, isso ajuda a criar um conteúdo atrativo com público-alvo. Pode fazer pesquisa prévia para descobrir tendências, pois elas são muito voláteis. E uma pesquisa no pós-evento ajuda a entender se estamos no caminho certo, a pegar insights e expectativas futuras”, finaliza Rafael Leonildo.

ANUÁRIO CORPORATIVO

Esta matéria é parte integrante do Anuário PANROTAS de Viagens e Eventos Corporativos 2023, que foi distribuído no Lacte 18 e circula nesta semana. Confira a edição digital abaixo.



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