Conexão com América Latina é chave para Brasil liderar eventos; leia artigo da Abeoc
Enid Câmara, presidente da entidade, fala sobre importância da internacionalização para País se tornar hub

A presidente da Abeoc Brasil, Enid Câmara, acredita que fortalecer conexões com a América Latina é o caminho para impulsionar o setor de eventos e posicionar o Brasil como hub regional nesta indústria.
Em um artigo exclusivo enviado ao Portal PANROTAS, ela mostra como o País pode ser protagonista na indústria de eventos corporativos por meio da internacionalização dos encontros.
Leia o texto na íntegra a seguir.
"O setor de eventos brasileiro está diante de uma oportunidade estratégica: ampliar sua presença e protagonismo internacional a partir de uma articulação mais efetiva com países da América Latina e Caribe. A Abeoc Brasil tem atuado fortemente nesse sentido, buscando consolidar o Brasil como referência regional no turismo de negócios, por meio de alianças, participação em feiras internacionais e diálogo com instituições como a Embratur, Apex , COCAL e representações diplomáticas.
A hora é agora: o contexto é favorável
Estamos vivendo um momento de retomada global, no qual a demanda por conexões internacionais e pela promoção de destinos estruturados para eventos corporativos, feiras e congressos está crescendo. O Brasil tem potencial e estrutura, mas ainda carece de planejamento institucional voltado à internacionalização. A ausência de conectividade aérea em determinadas regiões, como o Nordeste, e a falta de estratégias contínuas de promoção internacional nos colocam em desvantagem frente a destinos concorrentes.
Por isso, a atuação articulada entre o setor público e o privado é urgente. Em recente reunião realizada durante a WTM Latin America, em São Paulo, com a presença da Embratur, discutimos ações concretas para o fortalecimento da presença brasileira em feiras e fóruns internacionais, além da participação conjunta na COCAL Honduras 2025. São passos que apontam para um futuro mais conectado e estratégico.
A América Latina como parceira
Ampliar a sinergia com países da América Central e América do Sul significa criar novas rotas, impulsionar negócios e projetar o Brasil não apenas como destino final, mas como hub regional de inovação, conhecimento e hospitalidade. O Panamá, por exemplo, tem se mostrado uma plataforma natural de conexão para o setor, com sua posição geográfica estratégica e infraestrutura cada vez mais voltada à realização de grandes eventos.
Além disso, parcerias com entidades como a Câmara de Comércio do Panamá e a Embaixada do Brasil têm se mostrado frutíferas. Em fóruns como a Expocomer, o Brasil já demonstra sua força, com estandes elogiados e participação ativa de empresários e entidades.
Do discurso à prática: o que precisa ser feito
A internacionalização do setor de eventos não é apenas uma pauta institucional: é uma necessidade competitiva. Para avançarmos, é essencial:
- Criar e executar um plano nacional de promoção do Brasil como destino Mice, com participação de todos os atores do setor;
- Garantir apoio financeiro e institucional para a presença brasileira em feiras internacionais;
- Estabelecer parcerias bilaterais com países estratégicos para a promoção cruzada de eventos;
- Investir em infraestrutura aeroportuária e conectividade aérea, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste;
- Valorizar as boas práticas já aplicadas, como a ativação de experiências brasileiras no Exterior, a exemplo da gastronomia na retomada de voos Lisboa–Brasil com a Tap.
Abeoc Brasil: ponte entre mercados
A Abeoc Brasil está comprometida com esse movimento de internacionalização. Atuamos como articuladores de parcerias, apoiamos a formação de alianças entre o setor público e o setor privado, e representamos com orgulho os interesses das empresas brasileiras que fazem do turismo de negócios um dos pilares da economia nacional.
Nosso compromisso é seguir construindo pontes, promovendo a qualificação do setor, e colocando o Brasil na rota dos grandes eventos globais. O futuro do setor de eventos passa passa também pela internacionalização – e o Brasil tem tudo para liderar esse processo na América Latina."
* Por Enid Câmara, presidente da Abeoc Brasil