Beatrice Teizen   |   22/08/2019 12:38

Viajante corporativo quer além da menor tarifa de hotel

Muitas vezes, em um programa corporativo, a hospedagem é olhada sob uma perspectiva de preço, mas o viajante não quer simplesmente a menor tarifa

A quarta edição do Corporate Lodging Forum, da HRS, está acontecendo durante todo o dia de hoje (22) no Four Seasons, em São Paulo. Fragmentação de conteúdo, negociação de tarifas, reserva de hotéis, sourcing e RFP são apenas alguns dos temas que serão debatidos durante o evento.

Emerson Souza
Daniel Brunod, da Azul Viagens, José Guilherme Alcorta, da PANROTAS, Marina Julio, da Atlantica Hotels, e Alexandre Oliveira e Greeley Koch, da HRS
Daniel Brunod, da Azul Viagens, José Guilherme Alcorta, da PANROTAS, Marina Julio, da Atlantica Hotels, e Alexandre Oliveira e Greeley Koch, da HRS
A fragmentação do conteúdo hoteleiro no Brasil (e na América Latina) traz uma série de desafios para o programa de hotéis corporativo. Na região latino-americana, apenas 9% das propriedades são de grandes redes e 91% são hotéis independentes.

“O ambiente de viagens corporativas é muito complexo, pois os fornecedores criaram sistemas únicos para suportar isso. E isso acaba resultando em fragmentação, falta de transparência, dados desconectados, problemas de compliance, perda de savings e de produtividade”, afirma o vice-presidente de Marketing da HRS, Greeley Koch.

E, muitas vezes, em um programa corporativo, a hospedagem é olhada sob uma perspectiva de preço, visando a menor tarifa. Mas, quando o lado do viajante é considerado, ele quer mais do que simplesmente o menor custo. O colaborador quer saber se estará hospedado perto do local que trabalhará, se estará localizado próximo a restaurantes e entretenimento.

“O viajante não quer ver muitas opções de hotéis, ele quer ver a melhor alternativa para ele, para aquela viagem. Por isso é preciso ter dados para trazer o melhor conteúdo para o viajante, tecnologia para ter os melhores recursos. Em busca de diminuir essa fragmentação, a ideia é ter um marketplace baseado em transparência”, explica Koch.

Neste sentido, a tecnologia precisa ser uma facilitadora e não uma complicadora. Os recursos tecnológicos devem ajudar com algoritmos que levem em conta qual a melhor oferta da combinação de modelos comerciais para atender a conveniência do viajante e a redução de custos da empresa.

As exigências de experiência – e também as gerações de viajantes – vêm mudando e é preciso focar no novo cenário. “O viajante viaja objetivamente, mas quer também aproveitar o destino, ficando em um hotel de valor mais baixo, que traga savings para a empresa, mas que tenha uma experiência de viagem melhor”, diz o CEO da PANROTAS, José Guilherme Alcorta.

No quesito fragmentação, um dos fatores para a causa disso podem ser também os modelos de negócio que não funcionaram. Alguns anos atrás, 95% do conteúdo aéreo doméstico no Brasil estava fora do GDS, por exemplo, o que provocou uma diáspora e o desenvolvimento de inúmeras maneiras de re-agregar as opções, deixando-as coerentes para o viajante.

“Millennials, por exemplo, não veem razão para seguir uma política para viajar. Quando algo não funciona, ele vai encontrar a solução, algo melhor do que a empresa estiver oferecendo. Por isso, a negociação dos programas de hotéis é o ponto de partida para equilibrar essa equação. Equilibrar entre uma análise criteriosa de onde faz sentido engajar o ecossistema em uma RFP e onde não é importante”, explica o diretor da HRS para América Latina, Alexandre Oliveira.

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