Beatrice Teizen   |   27/04/2022 11:54

Pandemia ensinou trade a reagir a cenário de riscos imprevisíveis

Tema foi debatido no Fórum CPO 2022- A resiliência na Cadeia de Suprimentos, realizado ontem (26), em SP

PANROTAS / Filip Calixto
Jamyl Jarrus, da Movida, Peterson Prado, da Avipam, André Sena, da Accor, e Diogo Elias, da Latam Brasil
Jamyl Jarrus, da Movida, Peterson Prado, da Avipam, André Sena, da Accor, e Diogo Elias, da Latam Brasil
Na noite desta terça-feira (26) foi realizado o Fórum CPO 2022- A resiliência na Cadeia de Suprimentos. O evento, que está em sua segunda edição, aconteceu na Academia Corporativa Latam Brasil, em São Paulo, e discutiu o cenário de risco para esse ano, tendências macroeconômicas, em tecnologia e procurement. Em painel, especialistas do Turismo compartilharam suas experiências nesses dois anos de pandemia e, principalmente, como se adaptaram e como vão seguir no futuro que vem à frente.

Embora 2020 e 2021 tenham sido anos extremamente desafiadores para os times de compras, o ano de 2022 não será muito diferente, exigindo das empresas maiores investimentos na adoção de novas tecnologias e inovação, ampliação da capacidade produtiva, reestruturação dos processos e qualificação (reskilling e upskilling) das equipes. Um ano ainda de riscos e gerenciamento dos enfrentados nos últimos dois anos.

“Quando olhamos para o setor de Turismo, viagens, companhias aéreas, sempre tem alguma crise acontecendo. Agora, enfrentamos o problema de custo do combustível, da inflação e tudo o que isso impacta na cadeia de suprimento. O dinheiro fica mais escasso, mais caro, e isso impacta diretamente nas aéreas. Não há maneiras de mitigar, mas temos de buscar eficiência o tempo todo. Com tudo que passamos nos últimos dois anos, nãos temos mais medo. Conseguimos nos preparar para tudo que enfrentamos”, contou o diretor de Vendas e Marketing da Latam Brasil, Diogo Elias.

LIDAR COM O IMPREVISÍVEL
Além de ter ensinado as empresas a não terem medo, a pandemia também mostrou que sempre se pensou nos riscos previsíveis, como inflação, câmbio, quebra da cadeia logística, anos de eleição etc. No entanto, as companhias, principalmente do Turismo, tiveram de aprender a reagir aos riscos imprevisíveis.

“Este vírus foi algo que nunca imaginávamos que poderia acontecer. E isso tem menos a ver com processo e mais com a cultura e como a corporação consegue se mobilizar rapidamente a esse risco que vai surgir. Nós fechamos 60% dos nossos hotéis, 90% da nossa demanda foi embora em uma semana. Não há como se preparar para isso. Ao mesmo tempo, temos muita história de superação nesse período de crise. Aprendemos a ter resiliência e como reagir ao cenário de riscos imprevisíveis”, explicou o CCO da Accor na América do Sul, André Sena.

RELAÇÕES NA PANDEMIA
“O ano de 2020 foi de muita negociação. Com isso, houve uma reformatação das relações. Nosso papel, como TMC, é muito consultivo, por isso, tivemos medo de sermos visto como commodities. Mas essa característica de consultoria é muito forte. Além disso, a questão da sustentabilidade, equilíbrio nas relações, ESG, tudo isso é essencial para se ter uma relação sustentável”, afirmou o vice-presidente da Avipam, Peterson Prado.

PANROTAS / Filip Calixto
Participantes do painel com os moderadores André Gurgel e Clarissa Otsuka, do Procurement Club
Participantes do painel com os moderadores André Gurgel e Clarissa Otsuka, do Procurement Club
Prado disse ainda que, por conta de tudo que aconteceu, as áreas de compras se mostraram muito mais dispostas para uma conversa, com linhas de negociação realmente preocupadas com o outro lado. Este legado, deixado pela pandemia, mostrou que a cadeia precisa se sustentar.

O diretor executivo de Vendas e Marketing da Movida, Jamyl Jarrus, concordou e apontou que as relações se tornaram mais transparentes. “A negociação ficou mais fair, tirou o blefe da mesa. Se ficar esse legado, será maravilhoso para todas as empresas, é bom para todo mundo. Apesar da distância, de ser através de uma tela de computador. A transparência veio para jogo e ajudou muito na questão de negociar”, finaliza.

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