Karina Cedeño   |   26/03/2018 12:59

Custo para grupos e reuniões em hotéis poderá dobrar até 2022

O ecossistema das reuniões tem que ser mudado, afirma especialista


Dreamstime
O custo para grupos e reuniões em hotéis vem aumentando nos Estados Unidos nos últimos anos, o que é bastante preocupante, considerando que, se não for controlado, poderá dobrar até 2022.

A previsão é de um relatório divulgado pela empresa de benchmarking hoteleiro Kalibri Labs. Intitulada Grupos e Reuniões: A Economia e Complexidade da Intermediação, a pesquisa estima que grupos e reuniões custaram de US$ 3,4 bilhões a US$ 4 bilhões no ano passado. Comissões pagas a intermediários representaram US$ 1,3 bilhão desse montante, por meio de taxas de comissão de 10%. Em 2022, o custo poderia chegar a US$ 8 bilhões, ou US$ 10 bilhões, de acordo com as projeções.

A Kalibri divulgou acidentalmente algumas descobertas de sua pesquisa em janeiro deste ano, pouco antes de a Marriott International anunciar sua intenção de reduzir comissões pagas a planejadores de reuniões nos Estados Unidos e no Canadá, de 10% para 7%, a partir do próximo sábado (31).

Mas mesmo com a maior empresa hoteleira do mundo comprometendo-se a reduzir o dinheiro que paga aos intermediários, a cofundadora e CEO da Kalibri, Cindy Estis Green, afirmou que, na medida em que a intermediação está crescendo, a decisão da Marriott não será suficiente para alterar projeções futuras.

As formas pelas quais as organizações agenciam grupos e reuniões com os hotéis são as mesmas de 40 anos atrás, de acordo com o relatório. O que mudou foi o número de fornecedores que oferecem serviços e resolvem pontos problemáticos, os quais costumam aparecer nos primeiros quatro estágios do processo de reuniões: descoberta, fornecimento e reserva, planejamento e execução.

Estimativas da empresa Pricewaterhouse Coopers mostram ainda que, dos cerca de 100 mil planejadores de reuniões nos EUA, 20% são profissionais externos e não diretamente empregados pelas organizações às quais prestam serviço. Um terço desses planejadores externos são empregados por uma das seis principais empresas: Helms Briscoe, Conference Direct, American Express Reuniões e Eventos, Experient, Maritz Travel e BCD Meetings & Events.

Enquanto certas etapas do processo estão sendo apoiadas, afirma Cindy, as soluções fornecidas por terceiros ainda estão contribuindo para um sistema quebrado. Por exemplo, se por um lado automação pode resolver o processo de RFP, por outro aumenta os custos de mão de obra para os hotéis, que são inundados com grandes volumes de consultas.

"O mercado de grupos e reuniões é muito diversificado", comentou a especialista. "Há muitas empresas de tecnologia que estão interessadas em agregar da mesma forma como os negócios temporários agregaram nos últimos 15 anos, porém o processo é bem mais complicado do que isso. Aproximadamente 43% da receita das salas de grupos está sendo intermediada. Em 2022, calcula Kalibri, essa parcela crescerá para 60%.

Além do impacto do aumento da intermediação em dólares e centavos, Cindy advertiu: "Se os hotéis se tornarem uma commodity para os grupos e para a experiência de reuniões, a qualidade dessas últimas sem dúvida se deteriorará. Para que os empreendimentos estejam afiados e sintonizados com o que seus clientes querem, precisam conhecê-los muito bem", afirmou a especialista. Ela espera que o relatório ajude a indústria a reconhecer a necessidade de mudar o ecossistema das reuniões. "Para torná-las mais eficientes, todos os players da cadeia terão que dar um pouco de si", conclui.


*Fonte: Business Travel News

conteúdo original: https://bit.ly/2IwnKHp

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