Karina Cedeño   |   29/09/2022 18:15
Atualizada em 29/09/2022 18:17

Viagens corporativas movimentaram R$ 5,7 bilhões em julho

Levantamento feito pela FecomercioSP em parceria com a Alagev mostra desempenho do setor


Unsplash/Rob Wilson
O faturamento é similar ao obtido em julho de 2019, ficando apenas 2,6% abaixo do registrado
O faturamento é similar ao obtido em julho de 2019, ficando apenas 2,6% abaixo do registrado
As viagens corporativas registraram crescimento de 38,7% e movimentam R$ 5,7 bilhões em julho, em comparação com o mesmo período de 2021. É o que mostra o Levantamento de Viagens Corporativas (LVC) criado pela FecomercioSP em parceria com a Alagev.

O faturamento é similar ao obtido em julho de 2019, ficando apenas 2,6% abaixo do registrado. A variação de julho é menor que a de junho, quando o faturamento foi 102,4% superior ao registrado em 2019, o que não significa que o setor esteja desacelerando. Isso acontece por um efeito estatístico. Com o passar dos meses, o comparativo passa a ser realizado com períodos mais "normais", ou seja, menos "debilitados" pela pandemia, e isso faz com que as variações fiquem mais modestas.

Devido ao recesso escolar, julho é um mês no qual são realizadas menos viagens corporativas, da mesma forma como acontece em dezembro e janeiro. Nesses meses muitos clientes saem de férias e ficam indisponíveis para visitas de negócios, sem contar que os preços de passagens aéreas e hospedagem aumentam no período, fazendo com que a realização de eventos se torne menos atrativa.

Fatores que explicam o crescimento do setor
O estudo, excluindo o efeito estatístico, mostra que o crescimento do segmento de viagens corporativas foi impulsionado por dois motivos. O primeiro é a recuperação da demanda, com as empresas investindo em eventos e viagens de seus colaboradores pelo País. E o segundo é o aumento dos preços com as passagens aéreas, tarifas de hotéis, serviços de traslados, espaços de eventos e estrutura. Isso é um indicativo de que as empresas não estão ampliando os investimentos para realizar mais eventos e viagens, porém estão gastando mais para promover boa parte do que era feito no passado recente.

Os custos mais elevados não são exclusivos do Turismo. Essa situação é consequência do processo inflacionário carregado nos últimos dois anos. A pandemia gerou uma quebra na cadeia global de suprimentos e impactou os preços das commodities de energia, minerais e agrícolas, o que gera impacto direto no Turismo, nos transportes, nos meios de hospedagem, na estrutura de eventos etc. A guerra da Ucrânia foi mais um combustível para a pressão sobre os preços. Dessa forma, toda a cadeia econômica está reajustando valores e, naturalmente, há um processo de repasse às empresas.

Outro aspecto destacado no estudo é que a retomada de encontros presenciais. A conexão entre as pessoas tem sido fundamental para as corporações unirem os seus funcionários e entenderem mais detalhadamente a necessidade de consumidores, clientes e empresas, além de estreitarem laços e realizarem network. No entanto, as viagens curtas - o tradicional bate e volta - dificilmente retomará aos mesmos níveis. A escolha criteriosa e eficiente das viagens virou regra entre as organizações.

“Com base nessa análise, mesmo com preços mais elevados, o setor de viagens corporativas se mantém em crescimento em relação ao ano passado e as empresas continuam investindo em eventos e encontros presenciais. Como Alagev, acreditamos que unindo fornecedores e clientes podemos co-construir ações que colaborem com o desenvolvimento do nosso mercado, gerando ainda mais resultados de sucesso", comenta a diretora executiva da Alagev, Giovana Jannuzzelli.

Para a presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Mariana Aldrigui, o Turismo de negócios continua sendo um segmento muito relevante para as capitais brasileiras e cidades com grande apelo comercial. “Embora haja um movimento internacional de redução das viagens, como anunciado recentemente por grandes empresas de tecnologia, as dimensões continentais do Brasil farão com que, por aqui, ainda sejam bastante presentes no orçamento das empresas”, destaca.

Clique aqui para acessar o estudo completo.

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