Filip Calixto   |   30/11/2023 14:56

Tarifas e riscos: BCD revela tendência de viagens corporativas para 2024

Relatório de viagens do quarto trimestre prevê queda de 0,8% nas tarifas aéreas globais

Pixabay/StockSnap
A BCD Travel prevê queda de 0,8% nas tarifas\n\naéreas globais e aumento de 6,8% nas tarifas de hotéis
A BCD Travel prevê queda de 0,8% nas tarifas\n\naéreas globais e aumento de 6,8% nas tarifas de hotéis

A BCD Travel publicou a quarta edição de seu relatório trimestral sobre o mercado de viagens em 2023. O material é relativo ao quarto trimestre e se dedica a apresentar um conjunto de perspectivas e tendências, sobretudo no que diz respeito ao custo das viagens. Como destaque, o levantamento mostra queda de 0,8% nas tarifas aéreas globais e aumento de 6,8% nas tarifas de hotéis.

No resumo do relatório, a BCD Travel aponta especialmente alguns destaques que os programas de viagens corporativas precisam considerar. São eles:

Riscos

Os autores do estudo ponderam que mesmo que a economia continue desafiadora, os riscos específicos que poderão minar ou inviabilizar o crescimento incluem taxas de juros persistentemente elevadas e questões geopolíticas.

Além destes riscos macro, a equipe de Gestão de Crises Globais da BCD descreveu vários riscos importantes que podem ter impacto nas viagens corporativas, tais como:

  • alterações climáticas
  • segurança cibernética
  • geopolítica
  • saúde
  • política polarizada
  • aumento da criminalidade

Tarifas aéreas

A recuperação nas viagens aéreas, segundo consideram os pesquisadores, não está sincronizada em todo o mundo. Como resultado, os fatores que impulsionam as alterações nas tarifas em 2024 variam de acordo com o mercado.

Em alguns casos, a procura ou a ocupação ainda não regressaram aos níveis anteriores à pandemia, em outros, a recuperação inicial pode ter terminado, permitindo o ressurgimento de condições de mercado mais normais.

Globalmente, os preços médios dos bilhetes (ATPs) deverão diminuir 0,8% em 2024. As tarifas regionais deverão cair 0,9% e as intercontinentais 0,5%. Com 1,2%, a queda prevista nas tarifas empresariais globais deverá ser mais acentuada do que a redução de 0,8% esperada para os bilhetes económicos.

Ásia, Europa, América Latina e Sudoeste do Pacífico podem esperar ver os ATPs caírem mais de 2%.

Tarifas aéreas médias mais elevadas só são prováveis em África e na América do Norte, mas estima-se que o aumento dos ATP nestes dois mercados seja inferior a 1%.

"Nos últimos dois anos, as tarifas aéreas aumentaram significativamente", comenta o vice-presidente executivo de Vendas & Marketing da BCD, Jorge Cruz.

Tarifas hoteleiras

Prevê-se que as tarifas hoteleiras globais aumentem 6,8%, em média, em 2024. Mesmo que o ritmo de recuperação mostre sinais de abrandamento, dizem os pesquisadores, a procura continuará a superar a oferta disponível em muitos mercados.

Embora estejam em curso numerosos projetos para aumentar o número de quartos de hotel, estes levarão algum para ficarem totalmente disponíveis e o desenvolvimento virá de acordo com o mercado. Além disso, as preocupações dos hoteleiros com a ocupação deram lugar a um foco mais acentuado nas tarifas médias diárias e na receita por quarto disponível.

"Em vez de tentarem ocupar todos os quartos, os hotéis parecem mais dispostos a aceitar uma ocupação mais baixa, limitando a disponibilidade e cobrando tarifas mais elevadas. Com a inflação tão elevada em muitos países, esta mudança de prioridades tem o benefício adicional de reduzir os custos operacionais. A menor ocupação deverá permitir menores custos de limpeza, por exemplo", apontam os pesquisadores.

Sustentabilidade

Dois terços dos compradores de viagens consideram as viagens ambientalmente sustentáveis muito ou extremamente importantes. E quase metade tem metas formais para tornar as viagens corporativas mais sustentáveis. Mas os gestores de viagens precisarão fazer mais. Particularmente à luz dos desenvolvimentos de sustentabilidade esperados para 2024, como os novos regulamentos sobre emissões.

"O Corporate Sustainability Reporting Directive da UE entrará em vigor em 2024, expandindo as divulgações de sustentabilidade corporativa existentes", acrescentou Cruz. "Com a probabilidade de o Reino Unido, a Austrália e possivelmente os EUA seguirem o exemplo, os fornecedores de viagens e os seus clientes corporativos devem antecipar maiores exigências por dados e transparência em torno das suas emissões", afirmam os pesquisadores da BCD.

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