Bruno Hazov   |   11/01/2024 14:19

Endividamento do brasileiro cai, mas inadimplência atinge um terço do País

De acordo com apuração da CNC, atualmente, 77,8% da população do Brasil segue endividada


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77,8% da população brasileira possui algum tipo de dívida não quitada
77,8% da população brasileira possui algum tipo de dívida não quitada

A taxa anual de endividamento do brasileiro caiu pela primeira vez em quatro anos em 2023, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Hoje, 77,8% da população segue endividada. A queda foi de 0,1 ponto percentual em relação a 2022, com cerca de 108 mil pessoas a menos nessa situação em relação ao ano passado.

Já o número de inadimplentes chegou a 29,5% dos brasileiros e é o maior desde 2010, quando o número era de 24,9%. Destes, 41,2% afirmam não ter condições de pagar as dívidas atrasadas, 4 pontos percentuais a mais que em 2022. A maior parte dos inadimplentes, 46,2%, está com mais de três meses de atraso, 3,2 pontos percentuais acima do ano passado.

O endividamento das famílias começou a cair em julho, quando diminuiu 0,4 ponto percentual no mês e alcançou 78,1%. Embora as famílias tenham terminado o ano menos endividadas do que começaram, a última variação mensal voltou a subir, registrando alta de 1 ponto percentual. Dezembro encerrou com 77,6% de endividados.

A média anual do endividamento das famílias com renda até três salários mínimos ficou no mesmo patamar de 2022, em 78,8%. Nas famílias com renda entre três e cinco salários, no entanto, houve uma ligeira queda, de 0,6 ponto percentual; e, entre as que ganham até 10 salários, foi registrado um pequeno aumento, de 0,1 ponto percentual

“A Peic mostrou que, pela primeira vez em dez anos, as famílias brasileiras terminaram o ano menos endividadas do que começaram. As melhorias ocorridas no mercado de trabalho ao longo do ano e a trajetória de queda dos juros básicos da economia influenciaram as condições de crédito ao consumidor, o que resultou diretamente na redução, mesmo que tímida, do indicador"

José Roberto Tadros, presidente da CNC

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