Inteligência Artificial no Turismo: a nova fronteira para agências de viagens
Sabina Deweik mostra como a inteligência artificial inaugura um novo ciclo tecnológico no Turismo

A tarde do Abav MeetingSP, organizado pela Abav-SP|Aviesp seguiu com uma das apresentações mais esperadas do evento: "IA no Turismo: a nova fronteira para agências de viagens", conduzida por Sabina Deweik, futurista e caçadora de tendências.
Com linguagem acessível e exemplos do cotidiano, ela trouxe reflexões profundas sobre a velocidade das transformações tecnológicas e o impacto direto da Inteligência Artificial na vida das pessoas - e, principalmente, no trabalho do agentes de viagens.
Sabina iniciou lembrando que o momento que vivemos, como cidadãos e também profissionais, é uma era de mudanças, que são tão aceleradas que a angústia coletiva de "ficar para trás" se tornou um fenômeno real, com até nome próprio: FOBO (Fear of Becoming Obsolete), o medo de se tornar obsoleto.
Por que estamos tão ansiosos?
A palestrante explicou que a sensação de ultrapassagem não é individual; ela é global. Isso porque:
- O mundo vive múltiplas crises simultâneas (ambientais, políticas, tecnológicas, econômicas).
- A quantidade de informação produzida hoje é inédita - mais dados gerados nos últimos dois anos do que em toda a história da humanidade.
- A velocidade de adoção de novas tecnologias é exponencial.
- A IA generativa, como o ChatGPT, alcançou 100 milhões de usuários em apenas dois meses - algo que Netflix levou dez anos para conquistar.
Segundo Sabina, estamos oficialmente vivendo um superciclo tecnológico, comparável ao surgimento da internet. "É tão ou mais importante do que aquele momento", afirmou.
Todos somos geração T
Independentemente da idade, do Baby Boomer à geração Beta (os bebês de 2025, nativos de IA), segundo a palestrante, todos pertencemos à Geração T - a geração da transição.
Somos a primeira geração a testemunhar, ao mesmo tempo:
- Mudança de paradigmas
- Transformação de modelos de trabalho
- Reconfiguração de consumo
- Alteração das relações humanas e tecnológicas
E isso acontece em ritmo crescente. "A mudança exponencial não vai desacelerar - ela vai acelerar ainda mais", alertou.
O impacto direto no agente de viagens
Ao tratar especificamente do Turismo, Sabina destacou que a IA não chega para substituir o trabalho humano, mas para libertar os profissionais de tarefas repetitivas e operacionais.
"A agência não está aqui para fazer trabalho operacional. Quem vai fazer isso é a IA. O agente de viagens tem um papel estratégico", reforçou.
O papel do agente no mundo da IA
Segundo Sabina, o agente de viagens passa a ser:
- Curador de experiências em meio ao excesso de informação
- Mediador entre desejos e possibilidades reais
- Guia confiável diante de recomendações algorítmicas
- Tradutor de emoções, oferecendo algo que a IA ainda não consegue: conexão humana
A mensagem é clara:
Quem souber usar a IA como aliada, e não como ameaça, terá vantagem competitiva e resultados mais rápidos.
Onde estamos no gráfico da transformação?
Para ilustrar o momento atual, Sabina exibiu o famoso gráfico da curva exponencial. O ponto em que estamos? No início. Segundo ela, isso pode gerar duas leituras:
- Pessimista: se a mudança é só o começo, quem não se adaptar ficará ainda mais ansioso daqui para frente.
- Otimista: se a mudança é só o começo, a boa notícia é que há tempo. Tempo para aprender, experimentar, se abrir ao novo e reorganizar sua atuação.