Victor Fernandes   |   31/07/2020 13:18
Atualizada em 31/07/2020 16:39

Entenda os protocolos de segurança de GRU Airport em 21 pontos

O diretor de Operações do GRU Airport, Miguel Dau, esmiuçou as medidas de segurança adotadas no aeroporto.

Divulgação
O Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, ou GRU Airport, é o mais movimentado do Brasil, com 42,8 milhões de passageiros transportados em 2019. Com a pandemia do coronavírus, o bloqueio de fronteiras e a suspensão das operações, o aeroporto deixou de ver seus saguões cheios e passou a focar em novos protocolos de saúde e segurança. Agora que está retomando seu movimento, chegando em torno de 35 mil passageiros por dia, conversamos com Miguel Dau, veterano da aviação brasileira e atual diretor de Operações do GRU Airport. Nesta época do ano, normalmente, transitavam pelo aeroporto cerca de 135 mil pessoas diariamente. Atualmente, o terminal 1 está fechado, o terminal 2 concentra voos domésticos e o terminal 3 está direcionado às operações internacionais, bem limitadas, diga-se.

"O aeroporto, desde o primeiro momento em que a humanidade foi impactada pelo vírus, imediatamente tomou uma série de ações. Em primeiro lugar, protegendo funcionários, porque sem os colaboradores não podemos proteger passageiros, e tivemos sucesso nisso. Buscamos procedimentos que visassem à segurança e conforto do passageiro. Procedimentos que fazem uso de tecnologia e fornecem confiança ao viajante. Entramos em um grupo de trabalho coordenado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), com diversas empresas e órgãos do setor, e começamos a estabelecer uma série de pontos que se tornaram exigências. Outra preocupação era que os demais aeroportos seguissem os mesmos protocolos, até porque a malha é sistêmica e o passageiro precisa encontrar os mesmos procedimentos no embarque e na chegada ao destino", explicou o comandante Miguel Dau.
Divulgação
Miguel Dau, diretor de Operações do GRU Airport
Miguel Dau, diretor de Operações do GRU Airport

O agora executivo de GRU afirmou que, "entre os transportes coletivos, o aéreo é o que fornece menor risco de contaminação”. “Durante o voo, as aeronaves mais modernas possuem o filtro HEPA, que faz com que o avião seja tão limpo ou mais que um centro cirúrgico." Portanto, já que a segurança a bordo é muito eficiente ao combater o novo coronavírus e outras partículas e germes, a atenção se volta à higiene e precauções no aeroporto, ao embarcar e desembarcar. Além dos protocolos, Dau afirma que é muito importante a colaboração dos passageiros ao usar as máscaras de proteção facial, respeitar o distanciamento social necessário, e, principalmente, lavar as mãos com frequência.

"Sobre a ação junto ao passageiro, dividimos em três partes: informação, sanitização do aeroporto, e comportamental, que inclui a colaboração do passageiro no distanciamento social e uso de máscaras. Em relação ao comportamental, as empresas aéreas vêm trabalhando no sentido de fornecer ao passageiro a capacidade de manter o distanciamento necessário. Estando todos com máscaras, o risco de contaminação é muito pequeno. Então, essa questão comportamental é muito importante e dependemos do passageiro também. Tem alguns passageiros que não vêm seguindo esses protocolos, principalmente na saída da aeronave, que é feita por fileiras e quem está no fundo quer sair logo, causando aglomeração no corredor", alertou o diretor.

O aeroporto espera um aumento para 50 mil passageiros diários até 10 de agosto, se as companhias mantiverem suas operações, e prevê para o final do ano entre 60% e 70% do movimento doméstico e entre 30% e 40% nas operações internacionais. Os protocolos e medidas acompanharão essa retomada do movimento em Guarulhos e devem permanecer após a pandemia.

Miguel Dau esmiuçou à Revista PANROTAS as medidas adotadas pelo aeroporto e os cuidados que passageiros e profissionais precisam ter ao utilizar e circular pelo espaço.

LIMPEZA DE ÁREAS PÚBLICAS
Divulgação
1 – A limpeza do terminal, incluindo assentos, ar condicionado, bandejas e todas áreas comuns, tem sido feita com maior frequência.

2 – Os terminais têm sido higienizados com aproximadamente o dobro da frequência de antes da covid-19. “Mas, entendemos que, se o passageiro usar máscara e lavar as mãos, o risco de contaminação é baixo.”.

3 – Os banheiros são higienizados com maior frequência, que é ditada pela movimentação do aeroporto e não por horário como anteriormente. Há medidores de movimento que acionam a equipe de limpeza quando atingir número X de pessoas e a limpeza for necessária.

4 – “Colocamos dispensers de álcool em gel em todos os locais em que passam passageiros, para que não faltem opções para higienizar as mãos."

5 – “Também estamos avaliando um tecido para antiviral a ser aplicado em diversas áreas do aeroporto. Muitas das medidas sanitárias que a covid-19 trouxe serão permanentes, evitando contaminações por outras doenças também no futuro”, garante Miguel Dau.

CHECAGEM DE TEMPERATURA
Divulgação
6 – O aeroporto adotou controle de temperatura por câmeras, devido ao aumento do movimento, principalmente no terminal 2, para fazer esse controle sem atrapalhar o fluxo dos passageiros.

7 – No terminal 3, que tem menos movimento, está sendo utilizada a medição por termômetro infravermelho. Caso um passageiro seja identificado com febre superior a 37,8ºC, ele é convidado a ir para o posto médico para fazer uma avaliação e se suspeitaram de contaminação por covid-19, ele será encaminhado para o hospital referência em Guarulhos.

ELEVADORES
8 – Nos elevadores, também é preciso respeitar o distanciamento social. Dependendo do elevador, podem entrar até quatro pessoas. Existe uma marcação no piso para indicar o limite. Errata: Sensores de aproximação para não precisar apertar o botão de chamada dos elevadores ainda estão em avaliação, e não em uso como descrito na matéria da Revista PANROTAS.

SEM TOQUE
9 – “Colocamos QR codes em vários pontos do aeroporto para evitar aglomeração em frente às televisões, assim o passageiro acompanha o status do seu voo pelo celular”.

10 – O diretor de Operações garante que tudo que pode ser feito na filosofia do touchless (sem contato), está sendo implementado ou estudado.

BEBEDOUROS
11 – Os bebedouros estão funcionando. Já aqueles que obrigam a colocar a boca foram desligados e seus bicos estão sendo trocados por outros que permitem colocar água em copos ou garrafas. Esse processo de troca ainda levará cerca de 30 dias.

SERVIÇOS SUSPENSOS
12 – Segundo Miguel Dau, nenhum serviço do aeroporto foi suspenso, mas se o passageiro utilizar um caixa eletrônico ou tocar em qualquer superfície, ele precisa saber que deve lavar a mão e que não deve levar as mãos à boca, olhos e nariz sem antes lavá-las ou higienizá-las.

13 – O aeroporto também incentivou e orientou aos cessionários comerciantes a vender e dispor itens como máscaras e álcool gel aos passageiros. E eles aceitaram.

ALIMENTAÇÃO
14 – O serviço de bufês em restaurantes está suspenso e algumas empresas estão fazendo pratos feitos e entregando nas mesas. Também está sendo aplicado distanciamento entre as mesas e foram colocados dispensers de álcool em gel nas praças de alimentação. Todos os funcionários estão trabalhando com toucas, luvas e máscaras.

TRANSPORTE TERRESTRE
15 – “Nós recomendamos o distanciamento com indicações visuais. Também fizemos alterações na área de meio fio para que as empresas de transporte terrestre não se acumulem em uma mesma área.”

CARRINHOS DE BAGAGEM
16 – Segundo o GRU Airport os carrinhos de bagagem continuam à disposição e estão sendo limpos com maior frequência. “Mas sugerimos que o próprio passageiro higienize suas mãos após o uso. Estamos pensando uma série de tecnologias para fornecer mais tranquilidade ao passageiro nesse quesito.”

EMBARQUE REMOTO
17 – Os embarques remotos, que não são via ponte de embarque e o passageiro precisa se deslocar até a aeronave em ônibus ou vans, ainda estão acontecendo, mesmo com a quantidade de voos menor. Segundo Miguel Dau, os ônibus estão circulando com apenas 50% da capacidade normal.

SINALIZAÇÃO
Divulgação
18 – “Estamos trabalhando com mensagens em audiovisual. A parte de áudio é feita em três idiomas e transmitimos um vídeo com o dr. David Uip com recomendações no intervalo dos programas de voos. Várias mensagens escritas também foram aplicadas nas paredes, colunas, piso e cadeiras, recomendando o uso de máscaras e respeito ao distanciamento social”, explica o gestor do aeroporto.

PASSAGEIROS
19 – Qual a recomendação para check-in e antecedência de embarque? De acordo com Miguel Dau, o aeroporto prefere que cada empresa aérea aplique suas próprias orientações de acordo com os destinos que opera. “Nós atrapalharíamos se fizéssemos isso também. O passageiro internacional precisa saber com antecedência toda a documentação necessária para o embarque e horário recomendado pela companhia, alguns países já solicitam certificado de exame para covid-19 na chegada. Já o passageiro doméstico precisa chegar com uma hora de antecedência, já é mais que suficiente para fazer o check-in”.

20 – Não houve mudanças nos itens que podem ser levados a bordo. “Quanto ao álcool em gel, não há restrições em voos domésticos, mas álcool líquido é proibido. Para voos internacionais, o limite é de 100 mililitros, incluindo o álcool em gel”.

DESEMBARQUE
21 – Não é feito teste na chegada de qualquer voo. Em situações de casos suspeitos, o procedimento é o mesmo do embarque: o passageiro é convidado a ir para o posto médico para fazer uma avaliação e se suspeitaram de contaminação por covid-19, ele será encaminhado para o hospital referência em Guarulhos.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados

Avatar padrão PANROTAS Quadrado azul com silhueta de pessoa em branco ao centro, para uso como imagem de perfil temporária.

Conteúdos por

Victor Fernandes

Victor Fernandes tem 6060 conteúdos publicados no Portal PANROTAS. Confira!

Sobre o autor

Colaboração para o Portal PANROTAS