Leonardo Ramos   |   01/08/2018 12:43

NDC: fato ou ficção? Iata abre o jogo sobre o novo padrão

Certificado já chega a 60 aéreas; objetivo é padronizar e oferecer todos serviços auxiliares diretamente aos agentes

Marluce Balbino
Jefferson Simões, da Iata, destacou a evolução do NDC durante o Acte Abroad Summit Rio
Jefferson Simões, da Iata, destacou a evolução do NDC durante o Acte Abroad Summit Rio

O New Distribution Capability (NDC) já é realidade. Nas palavras do gerente de Relacionamento da Iata com a Indústria no Brasil, Jefferson Simões, que palestrou durante o Acte Abroad Summit Rio, o fato de já serem 60 companhias aéreas certificadas na nova plataforma, quase o dobro do que havia em 2015 (eram 33), comprova o avanço gradual. O objetivo é chegar a 20% das aéreas globais até 2020.

No Brasil, duas companhias se destacam quando se fala em oferecer todos os seus serviços auxiliares - como alimentos inclusos, espaço do assento, entre outros complementares - não apenas em seu próprio site, voltado ao cliente final, mas em uma ligação direta com os agentes de viagens por meio de um sistema tecnológico específico.

A única certificada no padrão de transmissão de dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), porém, é a Gol Linhas Aéreas, que iniciou o desenvolvimento do serviço já no final de 2016, junto da Reserve e da fornecedora de sistema de reservas de passagens para companhias aéreas, Navitaire. A segunda é a Azul, fundada por David Neeleman.

"A Azul conta com um sistema parecido de distribuição para agências com todos os seus serviços auxiliares, mas via um API próprio, sem a mesma linguagem do NDC. É bom, mas o que queremos fazer, como principal associação aérea global, é padronizar a distribuição de bilhetes aéreos no nosso padrão NDC", explicou Simões ao Portal PANROTAS.

"Desse modo, agências poderão comparar as passagens das companhias não apenas pela tarifa, disponibilidade de voo e reserva de assentos, oferecidos no GDS, mas com todas as opções que influenciam na experiência do voo, desde categoria até o espaço que você tem entre um assento e outro".

Latam Brasil (que depende do grupo Latam) e Avianca Brasil, embora em desenvolvimento de novos sistemas e em conversas com a Iata, ainda não se certificaram no novo padrão. Já a Avianca Holdings começou, nesta semana, a oferecer seu inventário de passagens por meio do NDC para o metabuscador Skyscanner.

Vale destacar que o NDC está aberto a qualquer provedor de tecnologia, intermediário, terceiro e não membros da Iata para implementação e uso - empresas GDS como Amadeus e Travelport já são certificadas (o que comprova, para Simões, que elas não são, necessariamente, concorrentes), enquanto Sabre, ainda neste ano, e Reserve, devem seguir os mesmos passos.

POLÍTICA DE VIAGENS
Um dos destaques levantados por Jefferson Simões para o ambiente corporativo é a possibilidade de integrar programas de viagens específicos de empresas no sistema certificado NDC. Assim, na hora da compra ou comparação de passagens de diferentes companhias aéreas, já pode-se incluir adequações respectiva às políticas de viagens corporativas de qualquer empresa.

"Se dentro de um programa de uma empresa está determinado que viagens com mais de seis horas de duração devem ser realizadas na classe executiva, por exemplo, isso já acontece automaticamente na hora da procura por meio do sistema padronizado em NDC. O perfil da empresa e dos viajantes frequentes fica salvo, não importa em qual companhia você pesquise, demonstrando mais uma vez a efetividade que um sistema padrão para todas as aéreas pode ter", concluiu o executivo da Iata.

O Portal PANROTAS é media partner do Acte Abroad Summit Rio

Tópicos relacionados