Felipe Lima   |   24/10/2018 16:05

Iata solicita planos de contingência para Reino Unido e UE

A associação busca garantir contínua conectividade, segurança e proteção e processo eficiente de gerenciamento nas fronteiras

Divulgação
Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da Iata
Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da Iata
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) solicitou uma ação urgente do Reino Unido e da União Europeia quanto à implementação de planos de contingência para os contínuos serviços aéreos no caso de um “não acordo Brexit”.

O pedido visa garantir três questões críticas: continuação ininterrupta da conectividade aérea, estrutura para regulamentação da segurança e proteção e políticas e processos necessários para um gerenciamento eficiente das fronteiras.

"Essas são as áreas mais críticas porque não há estratégias disponíveis para um possível cenário Brexit sem acordo. Sem qualquer planejamento de contingência sendo feito para a indústria, os riscos de não abordar esses problemas podem significar caos”, afirma o diretor geral e CEO da associação, Alexandre de Juniac.

Confira detalhadamente os pedidos solicitados sobre cada área:

CONECTIVIDADE E PLANOS DE CONTINGÊNCIA

De acordo com a Iata, a falta de um acordo para o período de transição poderia levar a mudanças trágicas significativas nos serviços aéreos. Além disso, a não transparência em relação a qualquer planejamento de contingência para esse cenário deixa as companhias aéreas no escuro quanto às medidas que deverão ser tomadas.

"O objetivo é um acordo abrangente de serviços aéreos que não recue a conectividade existente hoje. Mas com a possibilidade de um 'não acordo' Brexit, é essencial que as autoridades de aviação civil da União Europeia e do Reino Unido planejem planos de contingência para manter um nível mínimo de conectividade, que é vital para as pessoas e para as empresas", afirma Juniac.

SEGURANÇA E PROTEÇÃO

A associação destaca que não pode haver nenhum compromisso para manter os passageiros e as empresas seguras e protegidas. Independente do cenário, é solicitado que o Reino Unido permaneça na Agência Europeia para a Segurança da Aviação (Easa) e que esse órgão, juntamente com a Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido (CAA), possam iniciar discussões técnicas detalhadas.

Reconhecimento de licenças profissionais, padrões de materiais e peças e outros elementos de segurança devem ser postos em prática para entrar em vigor imediatamente após março.

"É ridículo que tenham sido proibidas discussões formais sobre a futura relação entre a Aesa e a CAA do Reino Unido. Trata-se da segurança aérea, a prioridade número um para todos os que estão ligados ao transporte aéreo. Há negociações complexas políticas em jogo, mas a segurança não deve ser algo negociável", disse de Juniac.

GESTÃO DE FRONTEIRAS

A fim de evitar o aumento nas filas de controle de passaporte do Reino Unido, é sugerida a criação de uma terceira faixa, agilizando o processo. Contudo, reconhece-se a necessidade de investimento para recrutar e treinar mais funcionários.

"A interferência no movimento de pessoas e bens terá um grande impacto imediato na atividade econômica tanto no Reino Unido quanto na União Europeia. Soluções para minimizar a perturbação são de suma importância. Precisamos ter clareza sobre futuros acordos de fronteira e alfândega agora se quisermos planejar uma situação pós-Brexit ordenada", disse De Juniac.

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