Juliana Monaco   |   25/03/2020 11:53

Alta reforça apelo aos governos para executar medidas urgentes

O pedido reforça a urgência de implementar medidas temporárias para minimizar o impacto da crise global.


Conforme o cenário, as companhias latino-americanas sobreviverão entre três e dez meses
Conforme o cenário, as companhias latino-americanas sobreviverão entre três e dez meses
De acordo com os dados do World Travel & Tourism Council (WTTC), a crise econômica causada pelo Covid-19 fará com que o PIB global seja negativo pela primeira vez desde a crise de 2008, além de causar o desemprego de mais de um milhão de pessoas da indústria de viagens e Turismo. As recentes estimativas da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata) revelam que as companhias aéreas terão perdas de US$ 252 bilhões por conta da diminuição do tráfego de passageiros em 2020, com uma redução de 38% do RPK global. Na América Latina e no Caribe, estima-se que a redução seja de 41% do RPK, com prejuízo de US$ 15 bilhões.

Em comparação ao número de voos realizados pelas companhias aéreas da região em 2019, já foi alcançada uma redução de 65% nas viagens internacionais de e para a região nas últimas semanas de março. Em alguns países, a queda no volume de voos internacionais chega a 99%. Alguns dos principais hubs da América Latina e do Caribe, como Tocumen (Panamá), Quito (Equador) e El Dorado (Bogotá), estão paralisados, atendendo apenas voos humanitários. O banco de investimento JP Morgan estima que as companhias latino-americanas sobreviverão entre três e dez meses no máximo, caso cancelem 100% de seus voos por um longo período.

O QUE PEDE A ALTA

Diante desse cenário, a Associação da América Latina e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta) reforça seu apelo aos governos para a urgência da implementação de medidas temporárias, como proporcionar alívio financeiro ao setor, injetando fluxo de caixa e reduzindo ou isentando de impostos companhias aéreas, aeroportos e serviços associados à operação aérea; facilitar a renegociação de dívidas; ajustar as condições de trabalho como medida de contingência e aliviar os encargos sociais; facilitar o tráfego de carga, simplificando o trabalho administrativo e reduzindo custos; e flexibilizar regras para que o setor volte a operar com agilidade após o fim da contingência.

"É hora de agir com rapidez e assertividade para salvaguardar os empregos imediatamente, garantir serviços
imprescindíveis, como o transporte aéreo de mercadorias essenciais, insumos médicos e profissionais da área de
saúde, além de garantir a sustentabilidade de uma indústria que impulsionará a recuperação econômica global.
Está nas mãos dos governos proteger esta indústria, fundamental para o desenvolvimento da região e de várias
outras indústrias que dependem do transporte aéreo", afirma a associação em comunicado.

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