Artur Luiz Andrade   |   04/01/2021 11:23
Atualizada em 04/01/2021 11:27

Aéreas nacionais tiveram prejuízo de 19,7 bi nos primeiros 9 meses de 2020

Isso somente nos nove primeiros meses do ano, já que dados do último tri ainda não estão disponíveis

Carolina Antunes/PR
A crise mundial, e em especial a da aviação civil, provocada pela pandemia do novo coronavírus, aumentou ainda mais o prejuízo financeiro das companhias aéreas brasileiras. De acordo com as demonstrações contábeis do terceiro trimestre, publicadas na quinta-feira (31/12), as três maiores empresas brasileiras do setor aéreo — Gol, Latam e Azul — tiveram prejuízo líquido de R$ 3,9 bilhões nesse período. Trata-se do pior resultado líquido obtido por elas no terceiro trimestre apurado em toda a série histórica analisada, iniciada em 2015.

O resultado líquido do terceiro trimestre deste ano representa uma piora de 760,6% em relação ao mesmo período do ano passado, correspondente a uma margem líquida negativa de 144,4%, ante prejuízo líquido de R$ 454,6 milhões, com uma margem líquida negativa de 3,8%, computado no mesmo período de 2019.

No acumulado do ano, comparando com o mesmo período de 2019, o prejuízo líquido das empresas passou de R$ 561,8 milhões para R$ 19,7 bilhões. Na comparação entre os anos, a margem líquida saltou de - 1,8% para - 132,3%. Esse foi o pior resultado alcançado pelas três empresas no 3º trimestre de toda a série histórica analisada.

Desde o início da pandemia provocada pelo novo coronavírus no País, os principais indicadores do setor têm apresentado forte redução. Embora em uma escala menor ao que foi observado de março a maio deste ano, a demanda (RPK) e a oferta (ASK) por transporte aéreo no mercado doméstico, durante o terceiro trimestre de 2020, tiveram retração de 67,7% e 65,5%, respectivamente, na comparação com o mesmo período do ano anterior. De julho a setembro deste ano, a quantidade de passageiros pagos transportados no mercado doméstico apresentou queda de 71,7% neste ano, passando de 24,2 milhões para 6,9 milhões de um ano para o outro na comparação com igual período.

COMBUSTÍVEL E CÂMBIO
O valor médio do litro de querosene de aviação (QAV) e a taxa de câmbio — indicadores com forte influência nos custos operacionais das empresas — oscilaram durante o terceiro trimestre deste ano na comparação com igual período de 2019. Na média do trimestre, o valor do litro do querosene de aviação esteve 17,3% inferior de julho a setembro de 2020. Por outro lado, na média do trimestre, a taxa de câmbio foi 35,4% superior na comparação com o mesmo período do ano passado.

As demonstrações contábeis das empresas aéreas brasileiras são publicadas trimestralmente pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na seção Dados e Estatísticas, Mercado do Transporte Aéreo, do portal da Agência. Os números são apresentados pelas empresas brasileiras de transporte aéreo público e auditados pela Agência antes de sua divulgação.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.