Artur Luiz Andrade   |   08/06/2021 22:22
Atualizada em 08/06/2021 22:32

Gol anuncia compra da Map Transportes Aéreos por R$ 28 milhões

Transação é de R$ 28 milhões e Gol assumirá R$ 100 milhões em compromissos financeiros da Map


Facebook/MAP
A consolidação prevista pelo presidente da Azul, John Rodgerson, começou, mas pelas asas da concorrente Gol Linhas Aéreas, que anunciou nesta terça-feira, 8, a compra, por R$ 28 milhões, da Map Transportes Aéreos, uma das chamadas empresas aéreas regionais brasileiras. A Gol também assumirá compromissos financeiros de R$ 100 milhões da empresa comprada. A Map tem atuação em rotas regionais pelo Brasil, especialmente no Norte, e também no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

“Essa operação reflete o compromisso contínuo da companhia em expandir a demanda brasileira por transporte aéreo, em linha com o que sua administração entende ser uma oportunidade diferenciada para consolidação racional no mercado local, à medida que a economia do País se recupera da covid-19”, disse a empresa em comunicado.

O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, adiciona que “a aquisição é um passo importante da nossa estratégia de expansão de malha e capacidade, à medida em que buscamos revitalizar a demanda por viagens aéreas de lazer e a negócios. Assim, a companhia está investindo ainda mais no mercado de transporte aéreo regional com destaque para a região Amazônica, apoiando o desenvolvimento econômico local e fortalecendo as nossas operações no Aeroporto de Congonhas.”

DEZ ANOS
Fundada em 2011, a Map é a quinta maior empresa aérea brasileira, com uma frota de sete aeronaves ATR com 70 assentos que operam em rotas da região amazônica a partir de Aeroporto de Manaus e nas regiões Sul e Sudeste a partir de Congonhas. Com a aquisição, a Gol aumenta sua atuação em Congonhas em 10%, com a adição de 26 voos diários. A ideia é substituir os ATR pelos 737 da frota da Gol.

“Acreditamos que a aquisição da Map seja, nesse momento, a única oportunidade viável de consolidação racional no mercado de aviação brasileiro. Daqui para frente, continuaremos focados na estratégia de crescimento orgânico, estimulando a demanda para expansão de nossa malha”, acrescentou o presidente da Gol, que tem parceria em voos com a VoePass. A VoePass, antiga Passaredo, havia comprado a Map em 2019.

Divulgação
Paulo Kakinoff, presidente da Gol
Paulo Kakinoff, presidente da Gol
BENEFÍCIOS

No comunicado de compra, a Gol lista 3 benefícios principais nessa transação com a Map:

1. Expansão para novas rotas. A Gol pretende oferecer novos destinos e rotas complementares à sua malha atual no Aeroporto de Congonhas, que proporcionarão maior leque de opções de voos e mais conveniência para os clientes. “Nós acreditamos que a malha da Gol é a opção mais atrativa para os clientes, tanto a negócios como a lazer, em termos de custo, atendimento e frequência de voos”, disse o vice-presidente de Vendas e Marketing da Gol, Eduardo Bernardes.

2. Maior densidade de oferta de assentos a mercados historicamente sub-ofertados. Além de expandir para novas rotas, a Gol disponibilizará uma oferta de assentos por voo substancialmente maior que a atualmente disponível pela Map para esses mercados. Os ATR serão substituídos por aeronaves maiores e mais eficientes, dando continuidade à estratégia regional da Gol, que hoje opera com 23 Boeing 737-700 – um modelo que pode ser substituído por outro tipo de aeronave ainda mais eficiente no futuro.

“Por meio da operação de aeronaves maiores e mais modernas nessas rotas, a Gol aumentará a oferta de voos e assentos em um dos principais mercados do País,” disse Celso Ferrer, vice-presidente de Operações.

3. Aperfeiçoando as operações eficientes. Com custos unitários entre os mais baixos do mundo, segundo comunicado da companhia, a Gol oferecerá maior eficiência com essas novas operações em Congonhas. Esses menores custos permitirão que a empresa pratique tarifas mais competitivas em relação a qualquer concorrente no Brasil, que tipicamente servem esses mercados com aeronaves menores e menos eficientes, provendo benefícios de escala decorrentes das operações da Gol.

“A transação é mais um exemplo de que a Gol está pronta para retomar seu crescimento sustentável e investimentos no transporte aéreo brasileiro, suportados por custos operacionais substancialmente mais baixos que os da concorrência,” acrescentou Richard Lark, vice-presidente financeiro.

TRANSAÇÃO
A Map será adquirida por R$28 milhões em dinheiro e ações, a ser pago após o cumprimento de todas as condições precedentes, composto por 100 mil ações GOLL4 a R$ 28 por ação e R$ 25 milhões em dinheiro a serem pagos em 24 parcelas mensais. No fechamento do negócio, a Gol assumirá até R$ 100 milhões em compromissos financeiros da Map. O negócio ainda precisa de aprovações e confirmações pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.