Rodrigo Vieira   |   28/09/2022 20:06
Atualizada em 28/09/2022 20:21

VP de Vendas da United está no Brasil e fala das estratégias no País

Doreen Burse vem pela primeira vez ao País e fala com o Portal PANROTAS sobre aviação, hotelaria e Turismo


Divulgação
Doreen Burse
Doreen Burse

Desembarcou pela primeira vez no Brasil a vice-presidente sênior global da United Airlines, Doreen Burse, para comemorar os 30 anos de atuação da companhia aérea americana em nosso mercado.

Entusiasmada com sua estreia no País, Doreen reafirmou o compromisso da United com o mercado brasileiro, falou sobre esses quase dois anos de trajetória na nova empresa, após mais de 33 anos de Marriott International, e traçou perspectivas otimistas para a já vigente retomada.

A United Airlines foi a única transportadora aérea estadunidense que não interrompeu voos ao Brasil durante a pandemia, e a resposta veio: a América Latina foi a primeira região a se recuperar até o desempenho de 2019 da United, sobretudo no segmento de lazer. Hoje voa diariamente nas rotas São Paulo-Houston, São Paulo-Chicago, São Paulo-Nova York/Newark e Rio de Janeiro-Houston.

"É um motivo de orgulho dizer que dos seis voos internacionais que mantivemos ininterruptamente durante a pandemia, São Paulo esteve entre eles. Agora, recuperamos quase todo o volume de voos ao Brasil em relação ao período pré-pandemia. Fica faltando Washington-São Paulo, que esperamos retomar em março de 2023", afirma Doreen Burse em entrevista ao Portal PANROTAS. "O mercado latino, no geral, voltou aos níveis de 2019, o que mostra uma demanda forte, e estamos sempre avaliando maiores oportunidades."

LAZER VS. CORPORATIVO
E que oportunidades são essas?

"A demanda de lazer está particularmente muito grande na América Latina. O corporativo demorou um pouco mais para retomar e hoje se encontra em 75% do volume pré-pandemia, o que na verdade é uma arrancada maior do que esperávamos", revela a VP sênior.

MÉTODO DE TRABALHO
Com a possibilidade de viajar o mundo mais facilmente após a queda de barreiras sanitárias, a executiva está animada em poder finalmente visitar equipes e parceiros com os quais ainda não podia interagia presencialmente.

"É o caso do Brasil, onde temos a fabulosa direção da Jacqueline [Conrado, country-manager da United]. Isso é algo que me anima nesse cargo, e acredito que seja a chave para conquistarmos mais mercado e darmos passos adiante. Assim como a equipe da United, também fico extremamente contente em poder encontrar os principais parceiros de distribuição. O mundo está mudando, e estar com nossos clientes, entender suas necessidades, é a maneira mais eficiente de sermos proativos", pondera Doreen.

RELACIONAMENTO COM O TRADE BRASILEIRO
"É incrivelmente forte" a importância do relacionamento entre agências de viagens, operadoras e consolidadoras com a United Airlines no Brasil, na visão da antiga executiva da Marriott.
"Nossa meta é sempre ser a companhia aérea que eles querem vender, portanto é fundamental estarmos perto desses parceiros, ouvi-los, nos esforçarmos para entregar suas demandas. O Brasil é um mercado prioritário para nós, não à toa estamos aqui há 30 anos, sabendo do quanto as vendas indiretas são representativas. Portanto esse é o caminho, e ter permanecido em operação na crise fortaleceu esse relacionamento", resume.

PARCERIA COM AÉREAS BRASILEIRAS
A grande parceira da United Airlines no Brasil é a Azul Linhas Aéreas, que interessa à companhia norte-americana sobretudo pela expansão de mercados que proporciona a seus clientes no Brasil. "Pretendemos manter esse vínculo, e estamos sempre avaliando oportunidades em determinados mercados, visto que a demanda está em pleno reaquecimento."

PRECIFICAÇÃO
Como há muitos fatores que influenciam no valor do tíquete médio de uma companhia aérea, é complicado traçar uma previsão de quando os bilhetes voltarão a ter preços mais alinhados com o período pré-pandemia, na visão da vice-presidente sênior. No mundo todo as passagens estão mais caras, e nos voos entre Estados Unidos e Brasil a situação não é diferente.

"Seremos competitivos nos mercados em que atuamos. É difícil de prever quando o valor médio das tarifas vai se estabilizar, mas a United estará sempre competitiva", garante.

HOTELARIA VS. AVIAÇÃO
Qual é o mais desafiador? O que é mais difícil de vender: quartos de hotel ou assentos em aeronaves?

"Após 30 anos na indústria da hospitalidade e iniciando minha carreira na United, o que posso dizer é que no fim das contas tudo é sobre viagens e pessoas, e os clientes muitas vezes são os mesmos", afirma a ex-Marriott International.

"É sobre possibilitar a melhor viagem, seja a lazer, seja a negócios, seja para visitar familiares e amigos. O propósito é sempre disponibilizar viagens. 'Viajar é fatal para o preconceito', diz o escritor Mark Twain, e eu amo essa frase. Não importa em que parte da indústria de Turismo você se encontra, seu papel vai ser conectar comunidades e ajudar pessoas a explorar o mundo. Então, hospitalidade e aviação têm muito mais similaridades do que diferenças", afirma Doreen Burse.

RENOVAÇÃO DE FROTA
No ano passado, a United Airlines anunciou a compra de 270 aeronaves da Boeing e Airbus, o maior pedido combinado da história da empresa e o maior de uma transportadora individual na última década. Quando combinada com a encomenda atual, a United irá introduzir mais de 500 aeronaves narrow-body à sua frota. Isso significa que, somente em 2023, a companhia adicionará, em média, cerca de uma nova aeronave de fuselagem estreita a cada três dias.

"Essa estratégia, chamada United Next, terá um efeito transformador na experiência do cliente, com um novo interior exclusivo, aumentando em, aproximadamente, 75% o número de assentos premium por partida", celebra a executiva, acrescentando que todos os voos de e para o Brasil da United já contam com assentos Polaris, o principal produto premium da aérea norte-americana.

SUSTENTABILIDADE
Outro tema levado a sério pela companhia aérea, segundo a VP sênior, é sustentabilidade.

"A United reconhece que o setor aéreo contribui para as mudanças climáticas, por isso assumiu pró-ativamente a responsabilidade de liderar a mudança. Foi a primeira grande companhia aérea a adotar a meta de tornar-se 100% verde, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa em 100% até 2050. Para chegar lá, tornou-se a maior investidora global em Combustíveis Sustentáveis para Aviação. Também tem investido em parcerias e startups focadas em desenvolvimento de tecnologias limpas ou aquisição de aeronaves", aponta Doreen.

LIDERANÇAS FEMININAS NA AVIAÇÃO
Nesta semana, a United Airlines realizou em Guarulhos o Dia das Meninas na Aviação, evento que teve como objetivo apresenta a meninas entre 14 e 18 anos possibilidades de fazer carreira no setor.

"A United Airlines leva o tema de lideranças femininas muito a sério. Temos muita sorte de ter Jacque [Conrado] como uma líder, pois além de representar muito bem a United, ela é um grande exemplo para outras mulheres que aspiram carreira na aviação. Eu vejo que nosso time tem de espelhar a maneira que os clientes querem ser atendidos, e 50% da população é feminina, então a companhia leva isso muito a sério."

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