Victor Fernandes   |   18/12/2023 17:21

Abear ressalta cooperação das aéreas, mas alerta para ações estruturantes

Empresas apresentaram medidas iniciais para plano de redução do preço de passagens aéreas


PANROTAS / Filip Calixto
Jurema Monteiro, presidente da Abear
Jurema Monteiro, presidente da Abear

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) aproveitou a realização de reunião sobre a democratização do transporte aéreo no Brasil realizada hoje (18) para esclarecer o atual cenário do preço de passagens aéreas no Brasil, que segue movimento semelhante ao dos demais mercados em todo o mundo. Em encontro do Ministério de Portos e Aeroportos em Brasília, as empresas aéreas anunciaram suas medidas para 2024 referente ao plano de redução das tarifas.

"As medidas anunciadas pelas empresas aéreas mostram a cooperação do setor aéreo com a agenda de democratização da aviação, mas é importante destacar que somente com ações estruturantes e de longo prazo o setor poderá efetivamente ter redução de custos, condição necessária para crescer e retomar suas condições de oferta."

Jurema Monteiro, presidente da Abear

"Anteriormente, as empresas já se comprometeram com o Governo Federal para a oferta de tarifas mais baixas por meio do Voa Brasil (até R$ 200) e irão incrementar suas promoções para todos os públicos. As tarifas intermediárias (até R$ 800) terão quase 30 milhões de assentos, e, para as faixas mais altas, foram anunciados benefícios e serviços acessórios, como despacho de bagagem e marcação de assento gratuitamente”, detalhou Jurema.

Brasil segue movimento global

A Abear também destacou que os preços das passagens aéreas oscilam ao longo dos meses e, no acumulado de 2023 (janeiro a setembro), as tarifas aéreas no Brasil estão 7,9% mais baixas do que no mesmo período em 2022. As faixas tarifárias também demonstram que há diversidade de preços, com 54% das passagens sendo vendidas abaixo de R$ 500 e 85% abaixo de R$ 1 mil.

Considerando a série histórica da Anac, a associação aponta que a tarifa média acompanha os efeitos externos, dado que a aviação é um setor fortemente afetado pelo câmbio do dólar, que representa 60% dos custos de uma companhia aérea, e pelo combustível, que representa 40%. A tarifa média doméstica em 2023, de janeiro a setembro, teve alta de 14% em relação a 2019 (ano pré-pandemia). Já o QAV, na mesma comparação, subiu 86%.

"Em todo o mundo, as companhias aéreas ainda buscam neutralizar os impactos gerados pela maior crise de sua história. Nos Estados Unidos, por exemplo, a tarifa aérea média do segundo trimestre de 2023 segue 10% acima do mesmo período em 2019. Enquanto isso, no Brasil, o valor médio dos bilhetes não teve aumento. Estudo da empresa de análise de aviação Cirium revela que os preços médios dos bilhetes para centenas das rotas mais populares do mundo aumentaram 27,4% desde o início de 2022", completou a associação.

A Abear ainda afirmou que segue em defesa de uma "agenda ampla e consistente para enfrentamento dos custos e aumento da competitividade no Brasil", e segue em diálogo permanente com o Governo Federal sobre medidas conjuntas que combatam os entraves ao crescimento do transporte aéreo no País.

Tópicos relacionados