Chapter 11: Gol convoca assembleia para aprovar aumento bilionário de capital
Companhia aérea informou que espera concluir a aprovação do plano nos EUA neste mês de maio

Em mais um passo decisivo no seu processo de reestruturação financeira, a Gol anunciou a convocação de uma assembleia geral extraordinária de acionistas para o dia 30 de maio. A companhia busca aprovar um aumento de capital bilionário, que poderá chegar a até R$ 19,2 bilhões, por meio da conversão de dívidas em ações.
A medida faz parte do plano de reorganização da empresa no âmbito do Chapter 11, processo judicial em andamento nos Estados Unidos desde janeiro de 2024. O plano, já aprovado pelo tribunal americano, prevê a conversão de até US$ 2,7 bilhões da dívida da Gol em ações, com o objetivo de reduzir significativamente o passivo total da companhia, estimado em cerca de R$ 51 bilhões.
A Gol informou que espera concluir a aprovação do plano nos EUA neste mês de maio, com a efetivação da capitalização prevista para ocorrer na primeira quinzena de junho, bem como a sua saída do Chapter 11 no próximo mês
Caso aprovado, o aumento de capital será realizado por meio da emissão de trilhões de novas ações ordinárias e preferenciais, a preços simbólicos: R$ 0,0002857142 por ação ordinária e R$ 0,01 por ação preferencial. A proposta reflete laudos de avaliação que apontaram valor patrimonial negativo da empresa e foram preparados pelas consultorias Planconsult e Apsis.
Além do aumento de capital, os acionistas votarão sobre a alteração do artigo 50 do estatuto social da companhia, de forma a acomodar a nova estrutura acionária após a conversão das dívidas em participação societária. A mudança visa evitar que a concentração resultante dessa capitalização infrinja cláusulas estatutárias.
Segundo a Gol, os atuais acionistas terão direito de preferência na subscrição das novas ações. Os detalhes serão divulgados em aviso aos acionistas após a assembleia. A operação envolve ainda uma complexa estrutura internacional, com a criação de empresas intermediárias em Luxemburgo e no Brasil, pelas quais os credores aportarão seus créditos antes da capitalização final.
O plano foi elaborado sob a supervisão de um comitê independente, com 82 reuniões realizadas desde a submissão ao Chapter 11. Membros do conselho ligados ao Grupo Abra, maior credor e investidor da companhia, se abstiveram das votações para evitar conflitos de interesse.