Pedro Menezes   |   25/06/2025 16:05
Atualizada em 25/06/2025 19:43

CEO da Gol projeta aumento agressivo no internacional, mas lamenta alta do IOF

A desvantagem tributária em relação às companhias estrangeiras se soma a outras dificuldades já conhecidas


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Celso Ferrer, CEO da Gol
Celso Ferrer, CEO da Gol

A Gol projeta um crescimento agressivo em sua operação internacional, com previsão de expansão entre 40% e 50% em relação ao ano anterior, de acordo com o próprio CEO da Gol, Celso Ferrer, em entrevista à PANROTAS. Ele mesmo antecipa que novas rotas estão por vir, enquanto o vice-presidente comercial já afirmou que a meta é voar para todos os destinos da América do Sul.

Em um recado direto ao trade de Turismo, a Gol ainda reforçou seu compromisso com um crescimento estruturado e sustentável. A companhia afirma que a expansão de sua malha aérea — especialmente no mercado internacional — está sendo conduzida com responsabilidade e propósito, respeitando os limites atuais da demanda no Brasil e evitando desequilíbrios entre oferta e procura.

“A gente tem condição de crescer, você está vendo esse crescimento de dois dígitos aí, bem relevante em relação ao ano passado, teremos o crescimento pés no chão no doméstico, mais cuidadoso, e outro muito agressivo no internacional. No internacional a gente está falando de crescer entre 40% e 50%, sobre uma base menor, mas a gente está chegando aí ao nosso 16º destino, com Caracas, e não pararemos aí. Tem muita rota nova, muita coisa bacana acontecendo no Internacional da Gol"

Celso Ferrer, CEO da Gol

Celso destacou ainda que a conectividade oferecida pela companhia é essencial para o planejamento de parceiros comerciais, como agências de viagens. “Quero dizer ao trade de Turismo que a Gol voltou, vamos crescer e vamos crescer juntos. Vamos crescer de maneira sustentável, sem euforia, sem desorganização. Muitos me ligam perguntando como está a Gol, e o crescimento estará lá, antes de fecharem um negócio", disse.

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Um dos principais entraves apontados por Ferrer é a elevação da alíquota do IOF em transações internacionais
Um dos principais entraves apontados por Ferrer é a elevação da alíquota do IOF em transações internacionais

Apesar da ambição, os desafios são significativos. Um dos principais entraves apontados por Ferrer é a elevação da alíquota do IOF em transações internacionais, que deve gerar um impacto anual de cerca de R$ 600 milhões para a indústria da aviação brasileira, como citou em entrevista ao Estadão.

"Vou fazer um voo para os Estados Unidos, as empresas americanas não têm IOF. Como é que a gente garante competitividade?"

Celso Ferrer, CEO da Gol, ao Estadão

A desvantagem tributária em relação às companhias estrangeiras se soma a outras dificuldades do mercado internacional, tradicionalmente mais arriscado para empresas nacionais, seja por variações cambiais, custos operacionais ou disputas por slots e acordos bilaterais. Ainda assim, a Gol vê espaço para crescer com racionalidade e aproveitar os ativos que já possui, como uma frota moderna e adaptada a voos de médio curso.

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