Gol terá Galeão (RJ) como seu principal hub de voos no Brasil; veja planos após Chapter 11
Para São Paulo, por sua vez, a companhia afirma que será o segundo maior player com excelente oferta

Além de consolidar sua presença na América do Sul e Caribe, ao mesmo tempo em que inicia um grande processo de transformação cultural para atuar de forma mais global, a Gol Linhas Aéreas também tem planos para sua atuação doméstica logo após a saída do Chapter 11 nos Estados Unidos.
Nesta segunda parte da entrevista exclusiva com o vice-presidente comercial da Gol, Mateus Pongeluppi, o assunto é malha aérea nacional. E a grande novidade é que o Rio de Janeiro está no centro da estratégia para o segundo semestre. O plano é fortalecer a presença no Galeão, transformando-o no principal hub da Gol no Brasil.
“Temos muita oferta disponível para venda e nosso foco está no Rio de Janeiro, que ainda não está no tamanho que esperamos. Estamos buscando recursos possíveis para ocupar uma posição muito forte no Galeão, que, no médio prazo, deve se tornar o principal hub da Gol no Brasil. Isto porque o Rio é um destino completo: tem brasilidade, natureza, lifestyle, cultura, música. Com mais voos internacionais diretos, a dinâmica mudou — o tráfego aumentou de 30% a 40%. O Rio, como destino, mistura Turismo e negócios, com diversas conexões que antes fazíamos via São Paulo"
Mateus Pongeluppi, vice-presidente comercial da Gol
A cidade do Rio também é vista como mercado corporativo estratégico, especialmente pelo seu setor financeiro, e deverá atrair conexões antes feitas via São Paulo. E mesmo com mudanças, São Paulo seguirá sendo um pilar fundamental para malha aérea da Gol, segundo o vice-presidente comercial.

"São Paulo continuará crescendo, mas hoje de 30% a 40% da operação no Estado são conexões. No futuro, vamos ampliar o tráfego local, conectando via Congonhas ou Brasília. Seremos o segundo maior player em São Paulo, com excelente oferta"
Mateus Pongeluppi, vice-presidente comercial da Gol
Congonhas segue como ponto relevante para a companhia, mas ainda com espaço para melhorias. Atualmente, a empresa opera 24 voos diários no aeroporto, com possibilidades de ajustes de horários e frequências, como nas rotas para Curitiba. Segundo o executivo, a Gol vem crescendo nas duas frentes, tanto lazer como corporativo, mas agora é momento de entender melhor a vocação exata do aeroporto”, avaliou Mateus.
Norte e Nordeste vão se beneficiar do novo momento da Gol
O Norte e o Nordeste foram as regiões mais afetadas pela escassez de aeronaves. A empresa avalia criar um novo hub no Norte – ainda não definido – e vê grande potencial no Nordeste, especialmente em Salvador, que já recebe mais voos e atenção.
Segundo Mateus Pongeluppi, Norte e Nordeste vão se beneficiar do novo momento da Gol após o Chapter 11. "Salvador segue no primeiro lugar, como destino mais importante da região, enquanto Fortaleza ocupa uma posição secundária. Somos muito bem-atendidos dos nossos principais hubs para lá", disse.

No Sul, os ajustes já foram feitos, está tudo devidamente saudável e o foco se volta para Brasília e o Rio de Janeiro. No caso de Brasília, a empresa pretende fortalecer as rotas domésticas e internacionais no pós-Chapter 11, com atenção a mercados regionais como Maringá e Ribeirão Preto, que podem ser reativados.
Por fim, a Gol ainda projeta encerrar 2025 com 116 a 118 aeronaves em operação, um avanço significativo frente às 106 em operação no início do processo de Chapter 11. Segundo Mateus Pongeluppi, o crescimento é reflexo direto da reestruturação em curso e da nova geografia operacional da empresa.