CEO da Latam avalia impactos do tarifaço de Trump, reforma tributária e alta do IOF
Para Jerome, grande desafio é buscar alternativas para que isso não pressionem custos e tarifas da aviação

Além de comemorar mais um trimestre de resultados consistentes, impulsionados pela expansão da malha aérea e melhoria contínua da experiência do cliente, o CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, também comentou sobre os possíveis desafios que o Brasil irá enfrentar em conferência de imprensa realizada nesta terça-feira (29).
Sobre o tarifaço dos Estados Unidos imposto ao Brasil, que começa a valer no dia 1° de agosto, Jerome Cadier ainda considera ser um cenário incerto. Sobre a reforma tributária e sobre o aumento do IOF, o executivo afirmou que o grande desafio é buscar alternativas para que isso não pressionem custos e tarifas da aviação.
"O que vimos até agora é um impacto bastante limitado no tráfego de passageiros e de carga nos últimos meses. Já se discute a aplicação de tarifa adicional, mas isso ainda não afetou o tráfego. Já qualquer eventual impacto nos custos das aeronaves, como leasing, terá que ser negociado entre as partes e os governos. Por enquanto, seguimos acompanhando os desdobramentos"
Jerome Cadier, sobre o tarifaço de Donald Trump
Já sobre o impacto do IOF, o que envolve vários cenários, o momento exige cautela. "Estamos diante da reforma tributária, do chamado 'tarifaço' e de um aumento de custos via IOF. O grande desafio é buscar alternativas para que esses fatores não pressionem ainda mais os custos e tarifas, permitindo que o setor continue crescendo", disse.
"Ainda acreditamos que pode haver diálogo para minimizar esse impacto, que seria ruim para todas as companhias aéreas brasileiras. Nada está fixo ou determinado até o momento, ou seja, as perspectivas mudam constantemente. Seguimos apostando no diálogo para evitar repasses aos consumidores"
Jerome Cadier, sobre alta do IOF e Reforma Tributária
Companhia segue firme em ritmo de expansão

Apesar dos desafios globais na cadeia de suprimentos da aviação, o Grupo Latam tem conseguido mitigar impactos por meio de uma gestão próxima aos fabricantes de aeronaves e motores. Segundo a companhia, o plano de frota foi atualizado para considerar possíveis atrasos e segue em linha com as metas de expansão e renovação previstas.
“Temos gerenciado de forma muito próxima com os fornecedores, tanto de aviões quanto de motores. A boa notícia é que estamos completamente dentro do plano de frota, com medidas que nos permitem compensar eventuais atrasos. O planejamento já contempla essas variações, e estamos conduzindo tudo com bastante eficiência”, afirma o CFO do Grupo Latam, Ricardo Bottas.
Tanto é que 14 novos aviões foram entregues no primeiro semestre de 2025, com mais 12 unidades a caminho. Para 2026, a projeção é receber 15 novas aeronaves, todas narrowbodies (corredor único).