Filip Calixto   |   10/07/2025 16:30
Atualizada em 10/07/2025 16:32

Ministro cobra solução urgente para Viracopos e critica possível fusão entre Gol e Azul

Para ministro, os dois temas são estratégicos e demandam atenção imediata do governo

Ministério de Portos e Aeroportos
Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos
Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, defendeu, em entrevista ao jornal Valor Econômico, uma solução urgente para o impasse na concessão do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), e manifestou preocupação com os efeitos negativos de uma possível fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul. Para o ministro, os dois temas são estratégicos e demandam atenção imediata do governo e dos órgãos reguladores.

Sobre Viracopos, Costa Filho alertou para os riscos de uma eventual caducidade do contrato, medida que, segundo ele, pode gerar um processo de judicialização e impactar a continuidade da operação no terminal.

"Tenho receio de ali não se ter entendimento, vai para judicialização e começa a ter descontinuidade"

Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos

O ministro destacou a necessidade de um "olhar estratégico" para a aviação em São Paulo e reforçou que o governo federal está empenhado em resolver pendências deixadas pelas concessões aeroportuárias anteriores, muitas afetadas pela pandemia da covid-19. "Estamos trabalhando para limpar essa pauta dos aeroportos e resolver definitivamente", afirmou.

Já sobre a fusão entre Gol e Azul, Costa Filho foi direto: a concentração de mercado, em sua avaliação, não é saudável para o setor aéreo e pode prejudicar o consumidor. "Acho que não é saudável para a aviação a gente ter essa fusão", disse. Ele citou informações não oficiais obtidas junto ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que indicam a possibilidade de concentração excessiva caso a união das empresas avance.

"No lugar de ter concentração, estamos trabalhando pela desconcentração de mercado. Estamos atrás de novas companhias, novas rotas de voos internacionais"

Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos

Apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor nos últimos anos, Costa Filho demonstrou otimismo com a recuperação das empresas aéreas brasileiras. Ele ressaltou que, ao contrário do que ocorreu em outros países, o Brasil não realizou aportes emergenciais no setor durante a crise sanitária. "Meu sentimento é que as companhias brasileiras vão sair muito mais fortes desse processo", avaliou. Para ele, é fundamental criar condições para que empresas nacionais possam se capitalizar e renovar suas frotas.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados