Beatrice Teizen   |   18/08/2025 18:04
Atualizada em 18/08/2025 18:22

Alta temporada já não é mais a mesma: demanda cai no Hemisfério Norte e aéreas cortam voos

Perfil do passageiro mudou e companhias vêm enfrentando dificuldades em meses como julho e agosto


PANROTAS / Pedro Menezes
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A temporada de verão, que costuma ser movimentada e de muita lucratividade para as companhias aéreas no Hemisfério Norte, não é mais como era antigamente. Com horários reduzidos em agosto por diversos motivos, a demanda por voos, tanto na América do Norte quanto na Europa, vem mudando de perfil.

Segundo reportagem da CNBC, executivos de companhias aéreas contam que muitos passageiros estão preferindo trocar os meses quentes de julho e agosto por maio e junho e, até mesmo, datas mais para frente, no outono. Esta procura vem, principalmente, de viajantes com mais flexibilidade que não precisam seguir a época de férias escolares, como os aposentados.

As companhias aéreas ainda lucram a maior parte do seu dinheiro no segundo e terceiro trimestres. Mas, com a mudança na demanda por viagens e, em alguns casos, a imprevisibilidade dos clientes, o terceiro trimestre se tornou menos lucrativo.

Mudança de planos, passagens mais caras

De acordo com a CBNC, os responsáveis pelo planejamento das aéreas foram forçados a adotar uma abordagem mais rigorosa com os horários em agosto, já que a demanda por lazer diminuiu em relação aos picos do final da primavera e do verão.

Empresas têm retirado voos da programação após o excesso de capacidade ter reduzido as tarifas neste verão. Mas os cortes devem elevar ainda mais as tarifas aéreas, que subiram 0,7% em julho em relação ao ano passado e 4%, com ajuste sazonal, de junho a julho, de acordo com a última leitura da inflação nos EUA.

A capacidade doméstica das aéreas dos EUA, por exemplo, caiu 6% em agosto em relação a julho, de acordo com a Cirium. No mesmo período do ano passado, elas reduziram a capacidade doméstica em pouco mais de 4%, em comparação com uma queda de apenas 0,6% entre os meses de 2023. De julho a agosto de 2019, a redução foi de 1,7%.

Companhias que apostaram em um ano de sucesso ficaram decepcionadas no início de 2025, quando os consumidores avaliaram as tarifas intermitentes do presidente Donald Trump e a incerteza econômica. Para atrair mais clientes, muitas reduziram os preços, mesmo para voos nos picos de verão, no final de junho e julho.

A demanda melhorou, disseram executivos de aéreas em teleconferências de resultados nos últimos meses, mas empresas como Delta, American Airlines, United e Southwest reduziram suas previsões de lucro para 2025 no mês passado, em comparação com suas perspectivas mais otimistas no início do ano.

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