Aviação brasileira retoma crescimento e tem espaço para avançar, diz CEO da Latam

PANROTAS / Emerson Souza

Nos últimos 20 anos, o setor aéreo brasileiro passou por transformações importantes e hoje se encontra em um momento promissor, com potencial de expansão ainda considerável. É o que aponta Jerome Cadier, CEO da Latam Airlines, em entrevista recente ao podcast Na sua Cesta, da Exame.

Segundo Cadier, a década de 2000 foi marcada por um crescimento acelerado. "O mercado começou a década com 30 milhões de passageiros e terminou com 100 milhões. Ou seja, em dez anos, o setor triplicou. E o preço das passagens caiu pela metade", lembra. Essa combinação de aumento de demanda e redução de custos contribuiu para consolidar a aviação como um serviço mais acessível à população.

Já o período entre 2010 e 2020 foi de estagnação. O número de passageiros manteve-se em torno de 100 a 110 milhões, enquanto os preços caíram de forma mais gradual, refletindo a competição entre companhias como Avianca, Azul, Gol e Latam. Para Cadier, o desempenho do setor nesse período também foi afetado pelo crescimento econômico limitado do País.

A pandemia provocou uma paralisação sem precedentes. "Chegamos a ter dias em que nenhum voo decolava", lembra o executivo. Mas a retomada mostra sinais notáveis: atualmente, o mercado opera quase 20% acima dos níveis pré-pandemia. "Estamos nos melhores níveis de demanda e passageiros que tivemos na década de 2010 inteira. E a expectativa é que este ano o setor cresça quase 8% em relação ao ano passado", afirma.

Para Cadier, o crescimento ainda tem muito espaço pela frente. "Temos mais de 200 milhões de habitantes no Brasil. Por que não celebrar 200 milhões de passageiros?", projeta, destacando o potencial de expansão do setor aéreo nacional.