Filip Calixto   |   02/09/2025 13:16

Azul rebate questionamentos sobre acordo de voos e fusão com a Gol

Companhia pede ao Cade arquivamento de processo sobre parceria de voos

Divulgação/BH Airport
A companhia sustentou que o acordo preserva a independência entre as partes e, a princípio, não teria capacidade de gerar qualquer estratégia conjunta entre elas
A companhia sustentou que o acordo preserva a independência entre as partes e, a princípio, não teria capacidade de gerar qualquer estratégia conjunta entre elas

A Azul apresentou nesta ontem (1º) manifestação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em que defende que o acordo de compartilhamento de voos (codeshare) firmado com a Gol não tem relação com uma eventual fusão entre as duas companhias.

De acordo com a empresa, "não há confusão entre as duas operações (codeshare e fusão), pois possuem racionalidades econômicas, propósitos e escopos distintos, além de envolverem diferentes partes nas respectivas negociações", informou a companhia em manifestação ao Cade.

A aérea também solicitou o arquivamento do procedimento administrativo para apuração de ato de concentração referente ao acordo com a Gol. A defesa foi apresentada após petição do IPS Consumo (Instituto de Pesquisas e Estudos da Sociedade e Consumo), que alegou que a parceria configuraria uma antecipação de fusão entre as empresas.

Segundo a Azul, o instituto apresentou "premissas e informações equivocadas" e buscou "gerar tumulto processual" ao associar o codeshare à fusão, algo que, segundo a empresa, "é inexistente no mundo dos fatos".

A companhia sustentou ainda que o acordo preserva a independência entre as partes e "não tem a intenção e tampouco a capacidade de gerar qualquer estratégia conjunta entre elas".

Em relação a mudanças de rotas, a Azul afirmou que não é possível atribuir ao codeshare a descontinuidade de ligações como Guarulhos (GRU) – Galeão (GIG), que, segundo a empresa, seriam ofertadas apenas de forma sazonal. A aérea também citou a crise global de supply chain, que teria elevado custos de manutenção e afetado a disponibilidade de aeronaves.

No processo, o Procon-SP chegou a solicitar habilitação como terceiro interessado, mas o pedido foi negado pelo relator Carlos Jacques. Ele afirmou que a análise em curso é apenas sobre a obrigatoriedade de notificação do acordo e não inclui eventuais efeitos anticoncorrenciais.

O tribunal do Cade deve retomar na quarta-feira (3) a análise do processo sobre a parceria entre Azul e Gol. Na sessão anterior, realizada em 20 de agosto, o relator pediu a retirada do tema da pauta, o que adiou a votação.

Com informações do portal e|investidor, do Estadão.

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