Jerome Cadier, da Latam, diz que cálculo de overbooking é muito preciso; entenda
CEO da Latam Brasil explica as razões pelas quais a aérea vende mais assentos do que os disponívei

O evento Travel & Expenses Summit, realizado pela Paytrack hoje (10) na capital paulista, trouxe um painel com o CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, e com o cofounder de Produtos da Paytrack, Edson Gonçalves.
Entre outras questões de destaque, Cadier falou sobre o fato de a companhia aérea fazer overbooking e explicou aos participantes do evento por que isso acontece.
"Os passageiros reclamam e falam que a gente faz overbooking. E nós vendemos, sim, mais assentos do que os que existem no avião. Mas há razões para isso, considerando que uma média de 3% das pessoas que fazem check-in não embarcam. Então, ou eu cobro 3% a mais de todo mundo ou eu vendo 3% a mais e acomodo essas pessoas", explica o CEO da Latam.
"Mas é importante destacar que nem toda vez que um assento está ocupado é porque a gente vendeu mais. Na maior parte das vezes, é porque tivemos que reacomodar passageiros que chegaram tarde no voo anterior e não conseguiram embarcar. Então, para que eles consigam embarcar, eu preciso realocá-los no próximo voo", explica o CEO da Latam Brasil, lembrando que o cálculo de overbooking é muito preciso.
Para CEO, venda de serviços separados é justa
Jerome Cadier também explicou por que considera justa a cobrança de serviços de forma separada. "Há uma tendência chamada One Bundling, na qual os serviços começam a ser cobrados separadamente. Ela é praticada não só aqui no Brasil, mas no mundo todo".
"E por que nós cobramos por seleção de assento? Porque há pessoas que querem sentar em determinado lugar e estão dispostas a pagar por isso, enquanto outras não. Em vez de eu precificar e dar pra todo mundo a oportunidade de escolher o assento, eu coloco um preço mais baixo, sem escolha de assento, para quem não está se importando com isso, e cobro de quem está".
"Isso faz com que você possa personalizar a sua viagem. Você escolhe como quer viajar. E eu tenho certeza de que isso é justo".
"Antes, todo mundo falava: 'Jerome, que absurdo! Vocês estão cobrando o despacho de mala'. Mas mesmo quando estava dentro da passagem, a gente já estava cobrando pelo despacho de mala. Só que cobrávamos igual de uma pessoa que despachava e de uma pessoa que não despachava. Agora, eu estou selecionando e quem despachou paga. Quem não despachou, não paga. É, de fato, mais justo", conclui o CEO da Latam.