Jerome Cadier diz que cabotagem pode ser desigual para aéreas brasileiras
Segundo o CEO da Latam Brasil, temos que nos questionar se cabotagem é mesmo a solução para o setor

A concentração do mercado de aviação no Brasil voltou ao centro das discussões nos últimos meses, com especialistas e representantes do setor apontando a necessidade de ampliar a concorrência. Entre os temas mais mencionados estão a entrada de novas companhias aéreas no país e a possibilidade de autorizar a chamada cabotagem, quando empresas estrangeiras podem operar trechos domésticos entre cidades brasileiras.
Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil, também entrou no debate. Em suas redes sociais, o executivo deixou duas mensagens importantes que, segundo ele, não estão sendo corretamente apresentadas sobre o tema:
"Muita gente diz que 'é preciso abrir o País a novos entrantes'. Pois bem, o Brasil é dos mercados mais abertos a novos entrantes de aviação que existe no mundo. Desde a abertura de capital estrangeiro (coisa que muitos países não permitem) em 2017, este tema da abertura não é mais relevante", disse ele.
"Para os que não sabem, cabotagem na aviação é permitir que uma empresa estrangeira opere trechos domésticos (conectando duas cidades dentro do país). Pois bem, pode ser que isto ajude. São poucos países no mundo que permitem isto e as experiencias não são conclusivas. Agora o mais importante é se perguntar porque a cabotagem seria uma solução? Porque estas empresas internacionais que operariam trechos domésticos não estariam sujeitas à mesma regulamentação que as empresas brasileiras tem que seguir. É justo isto? Será que isto curiosamente não aponta para o real entrave atual. Temos que nos questionar se cabotagem é mesmo a solução e se é justo com aqueles que competem seguindo à risca a regulamentação para empresas brasileiras…"
Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil, sobre a permissão da cabotagem no Brasil, com o intuito de ter uma maior concorrência no setor.