Iata prepara campanha para orientar passageiros a deixar bagagens durante evacuações
Ação vai orientar passageiros a deixar malas durante evacuações, segundo o Travel Weekly

A Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo) lançará em 2025 uma campanha de comunicação para orientar passageiros a não retirarem bagagens de mão durante evacuações de aeronaves. A iniciativa responde a episódios recentes em que passageiros deixaram aviões com malas, contrariando instruções das tripulações. As informações são do portal Travel Weekly.
Segundo a Iata, o comportamento aumenta os riscos para todos a bordo e compromete o tempo de evacuação. A entidade afirma que o problema é mais recorrente na América do Norte e que investigações adicionais serão realizadas para compreender os fatores envolvidos.
Casos registrados nos Estados Unidos motivaram alertas das autoridades. Em agosto, um avião da American Airlines foi evacuado em Denver após um incêndio no trem de pouso, com passageiros deixando a aeronave com bagagens. Em setembro, a FAA (Administração Federal de Aviação) emitiu um alerta de segurança recomendando que companhias aéreas reforcem procedimentos, treinamentos e comunicações para garantir que os passageiros abandonem pertences pessoais em situações de emergência.
Normas internacionais e da FAA determinam que uma evacuação deve ocorrer em até 90 segundos, meta que, segundo a Iata, não vem sendo atingida. Um exemplo citado foi a evacuação de um Airbus A350 da Japan Airlines, em Tóquio, em 2024, que levou cerca de 18 minutos.
A campanha da Iata seguirá o modelo de ações já usadas para orientar passageiros sobre o transporte seguro de baterias de lítio, com vídeos e materiais digitais adaptáveis por companhias aéreas e aeroportos.
A entidade também anunciou um estudo sobre os fatores psicológicos que levam passageiros a priorizar bagagens durante evacuações. Resultados devem ser apresentados em junho, durante a assembleia geral anual da Iata.
Pesquisas anteriores indicam que o problema é recorrente. Um estudo do NTSB mostrou que, entre passageiros envolvidos em acidentes no fim dos anos 1990, quase metade tentou evacuar com bagagem de mão. Análises mais recentes apontam que os principais motivos são a tentativa de resgatar objetos de valor ou medicamentos e a percepção de que o ato não representa risco.