Pedro Menezes   |   23/12/2025 10:04

Pilotos e comissários entram em estado de greve e podem paralisar voos pelo País

Caso a assembleia aprove a paralisação, o setor aéreo poderá enfrentar um dos momentos mais críticos

Divulgação
A decisão está nas mãos dos pilotos e comissários, mas, até a data da assembleia, as operações seguirão normalmente
A decisão está nas mãos dos pilotos e comissários, mas, até a data da assembleia, as operações seguirão normalmente

O Brasil pode sofrer uma greve de pilotos e comissários de voo às vésperas do Réveillon. Isto porque, estes profissionais deram um passo decisivo rumo a uma possível paralisação nacional após rejeitarem duas propostas de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, incluindo uma mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho, os aeronautas entraram oficialmente em estado de greve.

A assembleia que pode deflagrar a paralisação está marcada para a próxima segunda-feira (29), às 9h30, na sede do próprío Sindicato Nacional dos Aeronautas, em São Paulo. A decisão está nas mãos dos pilotos e comissários, mas, até a data da assembleia, as operações seguirão normalmente.

Caso a assembleia aprove a paralisação, o setor aéreo poderá enfrentar um dos momentos mais críticos dos últimos anos, com reflexos imediatos na malha aérea nacional e internacional, em meio a plena alta temporada de viagens.

Ainda assim, o anúncio acende um alerta máximo no setor aéreo às vésperas do período de maior demanda do ano, com impacto potencial direto sobre milhões de passageiros.

Divulgação/CAE
Segundo o SNA, as propostas apresentadas não atenderam às principais reivindicações da categoria
Segundo o SNA, as propostas apresentadas não atenderam às principais reivindicações da categoria

Segundo o SNA, as propostas apresentadas não atenderam às principais reivindicações da categoria. Entre os pontos mais sensíveis estão a ausência de ganho real nos salários e a falta de avanços em temas considerados prioritários, como medidas efetivas de combate à fadiga. O sindicato destaca que a questão vai além de remuneração e está diretamente ligada à saúde dos tripulantes e à segurança operacional.

Em nota, o sindicato afirma que a greve é considerada o último recurso diante da resistência patronal em reconhecer a importância da categoria. “São os aeronautas que garantem a segurança das operações e o bem-estar dos passageiros”, reforça a entidade.

Nota da SNA na íntegra

"O SNA (Sindicato Nacional dos aeronautas) informa que, após duas propostas de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho), uma delas mediada pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), serem rejeitadas pela categoria, os pilotos e comissários de voo entraram em estado de greve.

No momento os tripulantes seguem trabalhando normalmente até a assembleia de deflagração de greve, que será realizada na próxima segunda-feira (29), às 9h30 na sede do sindicato, em São Paulo.

Assim como a primeira proposta apresentada pelo Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) e rejeitada pela categoria em 15 de dezembro, o novo texto mediado pelo TST não contemplava o ganho real de salário dos aeronautas e não trazia avanços em áreas prioritárias, como o combate à fadiga, tema diretamente ligado à saúde dos tripulantes e à segurança operacional.

É importante ressaltar que, ao mesmo tempo que negam aumento real para os tripulantes, as empresas continuam obtendo índices econômicos expressivos. Em 2025, as companhias aéreas registraram lucros recordes inclusive a Azul, que mesmo em recuperação judicial apresentou resultados positivos e acima das expectativas.

Diante disso, o sindicato já convocou pilotos e comissários de voo para a assembleia para que os aeronautas decidam se entram ou não em greve.

O SNA reforça que compreende os transtornos que uma paralisação pode causar, mas ressalta que a greve constitui último e legítimo recurso diante da resistência das empresas em reconhecer a importância e a valorização dos aeronautas, profissionais que asseguram a segurança operacional e o bem-estar dos passageiros".

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Sobre o autor

Natural do Rio de Janeiro, Pedro Menezes é bacharel em Comunicação Social/Jornalismo e atua há 12 anos na imprensa especializada em Turismo. Atualmente, é editor do maior portal brasileiro voltado a profissionais do setor, com base em São Paulo. O jornalista tem experiência em cobertura nacional e internacional de feiras, congressos e eventos, além de pautas de política e economia ligadas ao Turismo.