Movida

Leonardo Ramos   |   11/05/2018 13:00

Duas em cada três comissárias já foram assediadas

Uma em cada cinco sofreu assédio nos últimos doze meses

Agência Ophelia/ Revista GOL
Uma em cada cinco sofreu assédio nos últimos doze meses
Uma em cada cinco sofreu assédio nos últimos doze meses
Ao menos dois terços de todos os comissários de bordo homens e mulheres dos Estados Unidos já foram, de alguma maneira, assediados sexualmente - mais especificamente, 68% deles. O dado foi revelado nesta semana pela Associação de Comissários de Bordo (AFA) do país norte-americano, que questionou neste ano 3,5 mil profissionais de 29 aéreas diferentes, seguindo a média nacional por gênero na profissão: 80% de mulheres para 20% de homens.

A mesma pesquisa revelou que cerca de uma em cada três (35%) delas dizem ter sofrido algum assédio sexual de forma verbal por parte dos passageiros, e quase uma em cada cinco (18%) passou por algum assédio do tipo somente nos últimos doze meses - o estudo foi realizado entre fevereiro e março deste ano.

As profissionais descreveram o assédio sexual verbal como comentários que são “desagradáveis, indesejados, obscenos, grosseiros, inapropriados, incômodos, sexuais, sugestivos e sujos”. Também relataram terem sido submetidas a fantasias sexuais explícitas, proposições e pedidos sexuais de passageiros, inclusive de vídeos e fotos pornográficas.

QUEIXA À INDÚSTRIA
Uma queixa às companhias aéreas também surgiu nos números da AFA. 68% das comissárias de bordo não viram nenhuma ação ou esforço por parte das empresas de aviação no último ano para abordar ou coibir o assédio sexual no local de trabalho.

A associação, porém, destacou atitudes da Alaska, da United e da Spirit, com quem tem trabalhado em conjunto para eliminar o comportamento displicente das aéreas.

"Esta pesquisa ressalta o motivo da AFA estar pressionando as aéreas para erradicar o sexismo e o assédio dentro de nossa própria indústria", explicou a presidente da AFA, Sara Nelson.

“Os tempos em que as comissárias de bordo eram objetificadas no marketing das companhias aéreas, em que as pessoas brincavam sobre 'café, chá ou eu' precisam ficar permanentemente para trás. #TimesUp para que a indústria ponha um fim ao seu passado sexista", declarou a executiva no site da AFA.

Para Sara, os problemas vão além do abuso das comissárias, já que mais que servir aos passageiros, elas são também socorristas. Sua autoridade ao responder emergências, para a presidente da entidade, fica prejudicada quando elas são menosprezadas ou assediadas. "As comissárias de bordo devem estar confiantes de que os executivos das companhias aéreas as apoiarão quando denunciarem o assédio à tripulação e passageiros”, encerrou Sara Nelson.

A AFA pediu ao público que costuma voar para participar da busca por um ambiente que forneça aos comissários de bordo o respeito e a dignidade que eles precisam para fazer seu trabalho, proteger os passageiros e servir como primeiros socorristas da aviação.

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