Juliana Monaco   |   01/09/2020 17:22

Demanda do transporte aéreo de carga tem queda de 13,5% em julho

As companhias norte-americanas tiveram o melhor desempenho devido à demanda na rota Ásia-América do Norte.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) divulgou os dados do transporte aéreo de carga referentes a julho, mostrando que a demanda global caiu 13,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. No entanto, houve uma melhora modesta comparado à queda de 16,6% registrada em junho. Esse lento crescimento se deve à restrição de capacidade decorrente da perda de espaço de carga no porão disponível, já que as aeronaves permanecem paralisadas.

Divulgação/ Iata
Alexandre de Juniac, CEO da Iata
Alexandre de Juniac, CEO da Iata
A capacidade global diminuiu 31,2% em julho comparado a 2019, apresentando uma pequena melhora em relação à queda ano a ano de 33,4% em junho. Já a capacidade de carga aérea internacional, considerando o transporte de cargas nos porões dos aviões de passageiros, diminuiu 70,5% em julho em relação ano anterior devido à retirada dos serviços de passageiros durante a pandemia. Isso foi parcialmente compensado por um aumento de 28,8% na capacidade por meio da expansão do uso de aeronaves de carga.

"Os indicadores econômicos estão melhorando, mas ainda não vimos isso totalmente refletido no crescimento dos embarques de carga aérea. Dito isso, a parte de carga aérea é muito mais forte do que a parte de passageiros do negócio. E um dos nossos maiores desafios continua sendo a acomodação da demanda com capacidade severamente reduzida. Se as fronteiras permanecerem fechadas, as viagens limitadas e as frotas de passageiros paralisadas, a capacidade da carga aérea de manter a economia global em movimento será desafiada", disse o diretor geral e CEO da Iata, Alexandre de Juniac.

DESEMPENHO REGIONAL

Divulgação
As companhias aéreas da Ásia-Pacífico viram a demanda por carga aérea internacional cair 15,3% em julho, em comparação ao mesmo período de 2019. Após uma recuperação incial em maio, o crescimento mensal ajustado sazonalmente da demanda diminuiu e a capacidade internacional diminuiu 32%. Já as transportadoras europeias tiveram uma queda anual de 22,4% nos volumes de carga internacional em julho, mostrando uma pequena melhora em relação ao desempenho de junho de -27,6%. O grande mercado Europa-Ásia caiu 20% em julho e a capacidade internacional diminuiu 37,4%.

As transportadoras do Oriente Médio registraram uma queda de 14,9% nos volumes de carga internacional em julho - uma melhora em relação à queda de 19% em junho - e de 27,1% na capacidade internacional Essa recuperação foi impulsionada pelas estratégias operacionais agressivas de algumas operadoras da região. Já as companhias africanas registraram uma contração de 3% em julho, uma diminuição em relação à queda de 3,8% em junho. O pequeno mercado África-Ásia continou a sustentar o desempenho da região, que registrou queda de 33,7% na capacidade internacional.

A crise de covid-19 é particularmente desafiadora para as companhias com base na América Latina devido às medidas de confinamento. Em julho, o mercado de carga aérea da região foi menor do que o mercado africano pela primeira vez desde 1990. As operadoras latino-americanas registraram uma queda de 32,1% na demanda internacional em julho, ante uma queda de 28,6% em junho, enquanto a capacidade internacional diminuiu 44,5%. Por outro lado, o desempenho mais forte da América do Norte se deve à forte demanda na rota transpacífica Ásia-América do Norte, refletindo a demanda de comércio eletrônido por produtos asiáticos. As transportadoras norte-americanas registraram uma queda de 5,4% na demanda de carga e de 30,9% na capacidade internacional.


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