Movida

Juliana Monaco   |   22/04/2021 15:13   |   Atualizada em 22/04/2021 15:15

Tráfego global de passageiros registra queda de 64,4% em 2020

Segundo o ACI World, o início da retomada do tráfego aéreo não tem ocorrido de maneira uniforme no mundo


Unsplash/Safwan Mahmud
Os dados do ACI mostram o grande impacto da covid-19 em aeroportos que, normalmente, são os mais movimentados do mundo
Os dados do ACI mostram o grande impacto da covid-19 em aeroportos que, normalmente, são os mais movimentados do mundo
De acordo com o ranking divulgado hoje (22) pelo Conselho Internacional de Aeroportos (ACI World), o tráfego global de passageiros nos dez aeroportos mais movimentados do mundo diminuiu 45,7% em 2020. No geral, o tráfego de passageiros nos aeroportos mundiais reduziu 64,6%, o que mostra que o impacto da pandemia e os estágios inicias de retomada do tráfego aéreo ainda não têm se dado de maneira uniforme em todo o mundo.

Os dados revelam ainda que o Aeroporto Internacional Guangzhou Bai Yun, na China, registrou o maior tráfego de passageiros em 2020, seguido do Aeroporto Internacional Atlanta Hartsfield-Jackson, nos Estados Unidos. Sete dos dez principais aeroportos em volume de tráfego de passageiros estão na China e três nos EUA. Na maioria dos casos, as viagens aéreas domésticas estão voltando com recuperação modesta, enquanto as viagens aéreas internacionais continuam retraídas devido às contínuas restrições de mobilidade.
"O impacto da covid-19 no tráfego global de passageiros durante a pandemia levou a aviação a uma paralisação virtual em 2020 e continuamos a enfrentar uma ameaça existencial", disse o diretor-geral da ACI World, Luis Felipe de Oliveira. "Os dados publicados hoje revelam o desafio que os aeroportos ainda enfrentam e continua sendo imperativo que a indústria receba suporte por meio de apoio direto e decisões políticas sensatas dos governos para garantir que a aviação possa resistir, reconstruir a conectividade e alimentar uma recuperação econômica global".

CARGA AÉREA

A carga aérea foi menos impactada pela covid-19, com queda nos volumes transportados de apenas 8,9%, com uma estimativa de 109 milhões de toneladas métricas em 2020, o equivalente aos níveis de 2016 (110 milhões de toneladas métricas). Os volumes de carga aérea nos dez principais aeroportos cresceram 3% em 2020. Esses terminais representam cerca de 28% (30,6 milhões de toneladas métricas) dos volumes globais em 2020. O ganho pode ser atribuído ao aumento da demanda por bens de consumo on-line e produtos farmacêuticos e equipamentos de proteção individual. Com um aumento de 6,7%, o Aeroporto Internacional de Memphis ultrapassou o Aeroporto Internacional de Hong Kong.

MOVIMENTAÇÃO DE AERONAVES

O ACI World estima que houve 58 milhões de movimentos de aeronaves em todo o mundo em 2020, o que representou uma queda de 43% em relação a 2019. Os dez principais aeroportos representam 7% do tráfego global (4,2 milhões de movimentos) e tiveram uma queda de 34,3% em relação ao ano anterior. O Aeroporto Internacional Atlanta Hartsfield-Jackson ultrapassou o Aeroporto Internacional O'Hare de Chicago, após estar na liderança em 2019 e 2018.

As receitas dos aeroportos estão estritamente relacionadas aos níveis de tráfego, mas uma grande proporção dos custos permanece fixo e não reduz no mesmo nível que o tráfego e as receitas durante a crise. Mesmo com a redução das operações, o fechamento de terminais e a dispensa de pessoal, esse desequilíbrio permanece.

"Não há como negar as realidades econômicas atuais - e o déficit financeiro que elas criam - que os aeroportos enfrentam. Os aeroportos são geradores econômicos, trazendo benefícios socioeconômicos e empregos para as comunidades que atendem, e os governos precisam proporcionar o alívio financeiro e a assistência necessários para a adequação às circunstâncias locais. Os operadores de aeroporto também continuam a trabalhar em estreita colaboração com as companhias aéreas parceiras e outras partes interessadas, equilibrando as realidades atuais do mercado com o custo de fornecer a infraestrutura à medida que navegam juntos na crise", ressaltou o diretor-geral.

Tópicos relacionados

 AVALIE A IMPORTÂNCIA DESTA NOTÍCIA

Mais notícias