Victor Fernandes   |   05/07/2021 16:34

Abear: Alta do dólar e do QAV podem inibir retomada

A cotação do dólar teve alta de 28,7% e o preço do QAV aumentou 20,9% de dezembro de 2019 a maio de 2021

Unsplash/Stefan Fluck
Apesar de a oferta de voos domésticos ter apresentado sinais de reaquecimento em maio e junho, a alta nos preços do querosene de aviação (QAV) e a escalada da cotação do dólar nos últimos 18 meses podem inibir uma retomada mais consistente do setor. Levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) revela que a cotação do dólar teve alta de 28,7%, de dezembro de 2019 a maio de 2021. O preço do QAV, por sua vez, aumentou 20,9% na mesma comparação, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), enquanto que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o principal medidor da inflação no País, apresentou variação bem inferior no mesmo período (7,88%).

A moeda norte-americana indexou no ano passado 53% dos custos do setor, de acordo com o Panorama 2020 da Abear, publicação anual de dados e análises da aviação que será lançada em breve. “São números que assustam o setor, tendo em vista que ainda estamos num processo de recuperação. O combustível costuma representar cerca de um terço dos custos das empresas aéreas. E o dólar impacta grande parcela do pagamento do leasing e do seguro de aeronaves e do próprio combustível”, pondera o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, destacando que o crescimento do número de imunizados contra a covid-19 é outro fator fundamental para impulsionar a retomada do setor.

O setor aéreo chegou a experimentar um crescimento gradual da oferta de voos de maio até janeiro de 2021, quando o número de decolagens domésticas chegou a 75% do nível pré-pandemia. No entanto, o agravamento da pandemia freou o reaquecimento e os indicadores voltaram a recuar em fevereiro, março e abril. Só em maio a oferta teve uma leve melhora, saltando de 854 voos diários em abril para 1.026 em maio. Em junho, o número chegou a 1.233 decolagens, ou 51,4% da oferta prevista antes da pandemia. “Acreditamos que o avanço no número de vacinados está influenciando a melhora da oferta. O crescimento do número de imunizados é o que ajudará a impulsionar a retomada do setor”, conclui Sanovicz.

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